Há uma tendência em consultórios de psicologia que contradiz o posicionamento de alguns psiquiatras. Conforme o avanço da ciência e pesquisas observacionais, foi constatado que a positividade pode ser tóxica. Essa discussão tem tomado as redes sociais, questionando a pressão pela felicidade e negação de sentimentos ruins, enquanto os motivos do sofrimento são isolados.
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A evolução humana proporcionou uma mentalidade cautelosa para se proteger dos perigos, portanto, cheia de preocupações. O filósofo Ralph Waldo Emerson tem uma frase que mostra o real sentido de viver: ‘’O propósito da vida não é ser feliz. É ser útil, ser honrado, ser compassivo, fazer alguma diferença e ter vivido bem’’. Dessa forma, a busca forçada pela felicidade causa mais frustração do que satisfação.
Inteligência emocional significa identificar os seus sentimentos e aceitá-los para mudar caso esteja passando por um momento de dificuldade
A ideia de algumas linhas abordadas na psicologia procura combater o arrependimento, raiva e preocupação. Contudo, é necessário questionar até que ponto isso não nega a realidade das pessoas. As características humanas são múltiplas e complexas e nem sempre basta um esforço ou ideias positivas em busca de uma boa autoestima ou realizações.
Edgar Cabanas, doutor em estudos psicológicos, revelou em seu novo livro ‘’Happycracy’’, o quanto essa exigência por sorrisos e momentos bons não leva em conta realidades diferentes.
A generalização de um único estilo de vida linear, como estudar, trabalhar e casar, não atende às expectativas de muitas pessoas que confrontam a ‘’normalidade’’ estabelecida por uma minoria. Aceitar o mau humor significa se desprender das amarras de esconder suas angústias.
