Inflação DETONA lucro do FGTS: saque-aniversário é a melhor opção?

Números mostram que o retorno oferecido pelo FGTS em 2021 perdeu para a inflação, fato que não acontecia desde 2016.



Trabalhadores com contas vinculadas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) receberam parte do lucro de R$ 13,2 bilhões obtidos pelo fundo em 2021. O montante equivale a 99% do total auferido no ano passado, que chegou a R$ 13,3 bilhões.

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A Caixa Econômica Federal concluiu o pagamento nesta terça-feira, 26, a 106,7 milhões de cidadãos. Ao todo, foram beneficiadas 207,8 milhões de contas ativas e inativas do FGTS. Isso porque um único trabalhador pode ter mais de uma conta vinculada, de empregos anteriores.

Apesar da boa notícia, números mostram que o retorno oferecido pelo FGTS em 2021 perdeu para a inflação, fato que não acontecia desde 2016. Na prática, a afirmação quer dizer que o dinheiro deixado pelo trabalhador em contas do fundo está perdendo poder de compra, sendo afetado pela subida dos preços.

Rentabilidade do FGTS

Atualmente, o FGTS oferece rentabilidade fixa de 3% ao ano mais variação da Taxa Referencial (TR) – zerada no ano passado.

Quando somada à distribuição do lucro do FGTS 2021, a remuneração deve subir para 5,83%. Contudo, quando colocada ao lado da inflação, a perda é perceptível: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano passado em 10,06%.

Na comparação com o ano de 2020, por exemplo, o ganho oferecido pelo FGTS chegou a 4,92%, enquanto o IPCA na época marcava 4,52%. O mesmo se seguiu em 2018, quando o retorno do FGTS garantiu aos trabalhadores a rentabilidade de 6,18% contra os 3,75% registrados pela inflação oficial daquele período.

Confira a seguir uma tabela que mostra a disputa entre o retorno do FGTS e o IPCA:

Ano Retorno do FGTS IPCA
2021 5,83% 10,06%
2020 4,92% 4,52%
2019 4,90% 4,31%
2018 6,18% 3,75%
2017 5,59% 2,95%
2016 7,14% 6,29%

Fonte: Caixa Econômica Federal e IBGE

Com inflação detonando o resultado do FGTS, vale a pena aderir ao saque-aniversário?

Como observado acima, os ganhos de quem deixa o dinheiro rendendo no FGTS têm sido cada vez menores. Esse fato faz com que o trabalhador se questione se vale a pena ou não aderir ao saque-aniversário, que autoriza resgates ao fundo todos os anos e sempre no mês de nascimento.

Especialistas do mercado afirmam que optar pelo saque do FGTS pode ser uma alternativa interessante para quem está em busca de obter ganhos acima da inflação com os recursos do fundo.

A recomendação, no entanto, é para quem já possui uma reserva de emergência e já montou uma estratégia sobre o que fazer com esse dinheiro. A ideia é evitar o saque sem motivo do fundo, criado para socorrer o trabalhador em momentos de urgência.

“Como o FGTS foi originalmente pensado para atender o trabalhador em uma situação inesperada como uma demissão, caso o contribuinte não tenha um planejamento financeiro e uma reserva de emergência, é preciso pensar nessa hipótese”, explica Fernanda Melo, planejadora financeira CFP.

A especialista, em contraponto, diz que se a pessoa possui algum dinheiro com maior liquidez para momentos de imprevistos, a decisão de aplicar os recursos do FGTS em outras fontes de investimento pode ser uma boa opção. Isso evitará ainda mais as perdas para a inflação que, no acumulado dos últimos 12 meses, chega a 11,89%.

A sugestão então é sempre buscar por opções de investimento que protejam o investidor da inflação, mas com risco de crédito baixo (perdas financeiras).




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