Será que vale a pena usar um carro elétrico para trabalhar como Uber ou 99? Essa é a pergunta que muitos motoristas fizeram após o anúncio da parceria entre a Mobilize, marca do Renault Group, e a locadora de veículos Zarp Localiza.
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Por meio do projeto, trabalhadores de empresas de transporte por aplicativo que atuam em São Paulo poderão alugar ou comprar 200 Renault Kwid E-Tech, carros totalmente elétricos, para trabalhar. Agora a pergunta que não quer calar: é vantajoso?
Preço da assinatura
A empresa oferece duas opções para quem deseja ter um veículo elétrico: o plano de assinatura de 48 meses e a compra efetiva do modelo. Veja as opções:
- Plano de assinatura: 48 x de R$ 3.339 (total de R$ 160.272)
- Plano de compra: R$ 146.990
O proprietário que escolhe adquirir o carro deve considerar gastos com seguro, revisão e impostos. Em alguns locais do país, veículos elétricos são isentos de tributos.
Ainda assim, em ambos os casos os preços estão bem acima do sugerido para o Renault Kwid Outsider, a versão topo de linha do veículo com motor a combustão. Atualmente, o modelo custa R$ 71.990.
Consumo
Outro ponto que o motorista deve considerar é o consumo do carro. O Kwid E-Tech tem autonomia de 298 quilômetros no perímetro urbano, seguindo a norma adotada pelo Inmetro. Considerando a bateria de 26,8 kWh e o preço médio do kWh de R$ 1,04, o gasto para atingir a autonomia completa do carro é de R$ 27,87 por recarga.
Dividindo o custo pela capacidade de alcance, o condutor paga R$ 0,09 por km rodado.
Agora uma comparação com o Outsider. O modelo tem um alcance de 524 km, considerando o tanque com capacidade de 38 litros de combustível e a média de 13,8 km por litro no ciclo urbano com gasolina, também de acordo com dados do Inmetro.
Entre os dias 4 a 10 de setembro, o preço médio da gasolina foi de R$ 5,04, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Para encher o tanque do Renault Kwid Outsider, o custo é de R$ 191,52. Já o gasto médio por litro é de R$ 0,36.
Um motorista da Uber ou 99 roda, em média, 200 km ao dia, 4 mil km ao mês e 48 mil km ao ano. Sendo assim, o proprietário do Renault Kwid E-Tech gastaria cerca de R$ 360 por mês para recarregar o veículo. Veja a comparação:
- Renault Kwid E-Tech – R$ 360 por mês com recarga
- Renault Kwid Outsider – R$ 1.500 por mês com abastecimento
O que compensa mais?
Analisando apenas o valor gasto por km, o Renault elétrico é muito mais vantajoso. Contudo, o motorista precisa levar em conta outros aspectos, como o alto preço de investimento e a demora para garantir a diferença entre o preço que seria pago por um modelo a combustão na versão topo de linha.
Também é importante considerar a baixa infraestrutura de pontos de recarga públicos e semipúblicos no Brasil. Outro ponto é que a compra do elétrico demanda investimento em um wallbox, sistema de carregamento residencial que custa cerca de R$ 5 mil.
