O número de milionários no Brasil deve mais que dobrar até 2026, prevê uma pesquisa do banco Credit Suisse. O total de pessoas com fortuna superior a US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,14 milhões) vivendo no país deve passar de 266 mil para 572 mil nos próximos anos.
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No final do ano passado, apenas 62,5 milhões de pessoas alcançaram esse nível de riqueza em todo o globo, 5,2 milhões a mais do que no ano anterior.
De acordo com o Global Wealth Report 2022, o aumento é resultado da valorização de ativos financeiros e da inflação, que encarece os preços e amplia o valor do patrimônio de quem possui propriedades. “Esta alta acelerada reflete em parte o fato de que a inflação mais alta torna mais fácil ultrapassar a barreira do milhão de dólares”, diz o estudo.
Aumentos no número de milionários também são esperados em países desenvolvidos, mas em proporção bem menor. A alta estimada é de 13% nos Estados Unidos, 26% na Alemanha e 18% na Itália. Já emergentes como China, Índia e México podem ter crescimento de mais de 100% no número de ricos.
A discrepância entre os países emergenciais e as maiores potências está ligada às previsões de menor crescimento das nações de maior renda. Por outro lado, os EUA têm uma população de 334 milhões, mas já somam 24 milhões de indivíduos com fortuna superior a US$ 1 milhão.
Riqueza global
O estudo do Credit Suisse também prevê um aumento da concentração da riqueza global. A estimativa é que a riqueza do planeta era de US$ 463 trilhões ao final de 2021, mas cerca de 1% da população detinha 45,6% desse total. Antes da pandemia, em 2019, o grupo concentrava 43,9%.
O resultado é semelhante no Brasil, onde o 1% mais rico da população controla 49,3% da riqueza do país. Já nos EUA, 35,1% do patrimônio nacional está nas mãos dos que estão no topo.
Enquanto isso, a chamada classe média global cresceu para 1,8 bilhão de pessoas. O grupo é formado por pessoas com riqueza entre US$ 10 mil e US$ 100 mil (R$ 51.460 a R$ 514.600).
“Isso reflete a prosperidade crescente das economias emergentes, especialmente a China, e a expansão da classe média no mundo em desenvolvimento”, aponta o estudo.