Petrobras usa ‘novo pré-sal’ para turbinar plano de investimentos até 2027

Investimentos voltados para exploração da Margem Equatorial devem aumentar as reservas de petróleo da estatal.



A Petrobras anunciou um plano estratégico mais robusto para os próximos anos, turbinado por investimentos voltados para exploração da Margem Equatorial, conhecida como possível “novo pré-sal”. A estatal planeja aumentar suas reservas de petróleo com a fronteira.

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O Plano Estratégico 2023-2027 deve incluir a modernização de refinarias e mais atenção a energia limpa. O plano da empresa é adequar suas refinarias para produção de bioqueresene de aviação e outros biocombustíveis de alto valor agregado, além de ampliar investimentos na descarbonização da produção e em pesquisas sobre hidrogênio verde.

“Do ponto de vista de transição energética, a gente pretende prosseguir consistente com aquilo que já fizemos: olhar projetos de descarbonização com o objetivo de desenvolver produtos renováveis e obviamente buscando a transição por meio da diversificação rentável, ou seja, quais novos negócios ou atividades a Petrobras pretende priorizar com vistas a um universo de longo prazo”, afirmou o diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, Salvador Dahan.

Fontes renováveis

O foco nas fontes renováveis é positivo, especialmente quando direcionado à produção eólica offshore, disse o ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e professor da UFRRJ, Maurício Tolmasquim. A estatal já possui boa parte da infraestrutura logística para operaram em alto mar.

“Mas não adianta ser uma previsão simbólica, tem de ser um montante que permita à Petrobras recuperar o tempo perdido. Ela já está atrás na corrida pela energia renovável no Brasil, sendo a grande ausência na notificação de interesse por áreas (no mar) para eólica offshore ao Ibama”, ponderou.

Outras grandes petroleiras, como Shell, Total e Equinor, têm atuado para se converter em empresas de energia limpa no longo prazo.

Margem Equatorial

Fontes ligadas à companhia afirmam que a exploração da Margem Equatorial deve começar em novembro e receber atenção especial. O investimento destinado à nova fronteira é de US$ 2 bilhões até 2026 , mas deve aumentar no próximo plano. No documento anterior, a previsão de investimentos era de 38% de um montante de US$ 5,5 bilhões.

A estatal vai utilizar tecnologias com algoritmos de última geração, inteligência de dados e computadores de alto desempenho (HPC) para explorar e produzir na nova fronteira. Também é esperada a ampliação da operação remota, que deve reduzir riscos ambientais e aumentar os investimentos nos próximos anos.

Descarbonização

Não está prevista nenhuma grande mudança na ordem de prioridade da empresa, embora os esforços de descarbonização devam crescer. O plano divulgado em 2021 prevê investimento de US$ 2,8 bilhões em cinco anos para “frente de baixo carbono”, sendo R$ 2 bilhões somente para a descarbonização das operações atuais.

O restante, cerca de R$ 730 milhões, será aplicado no desenvolvimento de biocombustíveis e estudos e desenvolvimento em energias renováveis para “diversificação rentável” dos negócios da empresa.




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