A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou reajustes tarifários na conta de luz dos brasileiros. A decisão de autorizar aumentos de até 36% veio mesmo após a aprovação de medidas para impedir que o custo da energia elétrica ficasse mais alto no país.
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A correção é resultado da alta dos custos financeiros “herdados” de 2021 e do crescimento dos encargos. Outros fatores também contribuíram com o aumento generalizado.
Percentuais de reajuste
Entre julho e dezembro de 2021, dez dos 26 reajustes realizados ficaram acima de dois dígitos, com destaque para a Enel Goiás, que deixou as contas de energia 16,45% mais caras. Já neste ano, 16 correções foram superiores a 10%, sendo que dez delas ultrapassaram 20%.
A Equatorial Amapá foi a campeã após ter um aumento médio de 36,08% aprovado pela diretoria da Aneel. A agência reguladora afirma que o movimento é resultado principalmente da CVA Energia (conta de compensação da variação dos custos de compra de energia e outros itens da parcela A), que sozinha pesou 14,14%.
Outro motivo é a retirada do diferimento financeiro de 2021. Segundo o diretor de Regulação da TR Soluções, Helder Sousa, o processo evitou uma correção de 21,5%, e até então a alta aprovada foi de 4,8%.
“Assim, para o evento agora de 2022 a retirada deste financeiro negativo impacta na percepção de aumento de custo para o consumidor de mesma intensidade”, explicou.
Sem o empréstimo da Conta Escassez Hídrica oferecido às distribuidoras no ano passado, o acréscimo deste ano poderia ser ainda maior. Conforme Sousa, as tarifas da Equatorial Amapá só não ficaram ainda mais caras nos últimos anos devido à compensação financeira.
Impacto na inflação
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2022 não deve incluir a maioria dos reajustes tarifários mais expressivos, já que as concessionárias que atuam em regiões metropolitanas não fazem parte do subitem “energia elétrica residencial” apurado pelo índice do IBGE que mede a inflação.
Para impedir a cobrança do reajuste médio de 36,08% nas contas de energia da Equatorial Amapá (antiga CEA), parlamentares acionaram a Justiça. Na ação, eles afirmam que o aumento, que afeta mais de 120 mil unidades consumidoras, é “abusivo e desproporcional”.