O governo federal teve arrecadação recorde em outubro. A Secretaria da Receita Federal informou na última terça-feira (29) que o total arrecadado pelo governo federal com impostos, contribuições e demais receitas atingiu R$ 205,4 bilhões em outubro deste ano. Este é o maior valor para o mês nos últimos 28 anos.
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Mesmo se comparado com o mês de outubro do ano passado, a receita cresceu 7,97%. Na ocasião a arrecadação somou R$ 190,3 bilhões em valores corrigidos pela inflação.
Em 2022, a arrecadação federal nos dez primeiros meses acumula R$ 1,83 trilhão, um salto de 9,3% se comparado com o ano passado.
A Receita Federal explica que a inflação deste ano faz com que os impostos venham mais “gordos”. Para além disso, houve, ainda, um recolhimento atípico de R$ 3 bilhões em Imposto de Renda e CSLL por empresas ligadas ao setor de commodities, que estão com preços em alta.
Arrecadação recorde do governo
O órgão lembrou, por outro lado, que houveram reduções em impostos sobre produtos industrializados e também nos combustíveis, gerando perda de R$ 1,9 bilhões e R$ 3,75 bilhões, respectivamente.
Um fator que ajudou a impulsionar a arrecadação recorde, no entanto, foi o aumento dos juros, que estão no patamar de 13,75%. De janeiro a outubro, o IRRF sobre Rendimentos de Capital teve arrecadação de R$ 69,5 bilhões, com alta real de 62,2%.
Os números fizeram com que o Ministério da Economia revesse a expectativa para as contas públicas neste ano, revertendo déficit de 170,5 bilhões, para superávit primário de R$ 13,5 bilhões em 2022. A projeção, no entanto, foi feita antes das eleições, portanto desconsidera os gastos eleitorais, que devem diminuir o saldo positivo do Tesouro Nacional.
Mesmo assim, nada mal já que o valor arrecadado nos 10 meses do ano representa o maior volume para o período desde o início da série histórica, em 1995.