O presidente Jair Bolsonaro editou uma medida provisória que reajusta o salário mínimo em cerca de 1,5% acima da inflação em 2023. Se o documento for aprovado, o valor do piso nacional passará de R$ 1.212 para R$ 1.302 a partir de 1º de janeiro.
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Por ser uma MP, o texto terá efeito no ano que vem, mas ainda precisará ser analisado pelo Congresso Nacional. A decisão foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União.
Segundo a Secretaria-geral da Presidência, a correção proposta por Bolsonaro considera a inflação de 5,81% prevista para 2022, mais aumento real de 1,5%. A inflação brasileira é medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Oferecer o ganho real anunciado causará um impacto estimado em R$ 6,8 bilhões aos cofres públicos.
Aumento real e reajuste
O ganho real acontece quando o governo promove um reajuste acima da inflação no salário mínimo dos trabalhadores. De acordo com a Constituição Federal, a única obrigação da administração pública federal é corrigir o piso nacional com base no INPC acumulado no ano anterior, evitando a queda do poder de compra da população.
O salário mínimo é o menor valor mensal que empregadores formais podem pagar a seus funcionários. Ele também serve de base para a remuneração de aposentados, pensionistas e outros segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Política de valorização
A política de aumento no mínimo foi adotada durante os governos Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer. Todos os anos, a correção considerava, além da inflação, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) dos dois anos anteriores.
A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou logo após as eleições presidenciais que retomará a regra, extinta durante o governo de Bolsonaro. A princípio, o plano do atual presidente era reajustar o mínimo sem aumento real em 2023, segundo consta na proposta de Orçamento enviada em agosto ao Congresso.