Está chegando a hora de saber se teremos uma nova alta na taxa de juros brasileira. Isso porque depois de sete reuniões do Banco Central e cinco reajustes na taxa Selic, o Copom (Comitê de Política Monetária) chega à sua última reunião este ano.
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Os diretores do Banco Central se reúnem nesta terça (6) e quarta (7) para decidir os próximos passos da política econômica no país.
Isso tudo ocorre em meio ao cabo de guerra que tem se tornado a negociação para o orçamento do ano que vem, que marca o primeiro do novo governo eleito, com o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por isso, o clima nos corredores do BC não é confraternização. O órgão está preocupado com os gostos do novo governo em 2023 e pode voltar a subir os juros ou mantê-los altos por mais tempo, caso identifique que o risco fiscal está alto.
Preocupação do mercado impactam Selic
Para conseguir governar no ano que vem mantendo suas promessas eleitorais, o governo de transição do presidente Lula protocolou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que pede autorização para gastar R$ 198 bilhões a mais que o teto de gastos.
O montante já tem destino certo: parte vai para o investimento em áreas como saúde e educação, que perderam verbas consideráveis nos últimos anos.
Além disso, o dinheiro também deve ser destinado para a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e a liberação de R$ 150 extras para famílias com crianças menores de 6 anos.
O salário mínimo com aumento real também é uma das promessas que fazem a PEC necessária.
No entanto, o mercado e o próprio Banco Central consideram o valor de quase R$ 200 bilhões muito alto. Isso poderia causar, segundo o BC, o aumento da inflação no próximo ano.
Seja como for, a decisão sobre a taxa Selic será comunicada ao mercado ainda esta semana, após as reuniões. O mercado já aposta em uma taxa alta por mais tempo.