Os brasileiros estão observando uma alta incomum nos preços de uma das proteínas mais consumidas por aqui: o ovo. No estado do Pará, por exemplo, o alimento já está custando entre 15% e 18% mais caro, segundo levantamento do levantamento recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
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Apesar de o Brasil não ter sido atingido pela gripe aviária que afetou os Estados Unidos e a Europa, o valor do ovo deve continuar. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, o atual surto da doença já levou à morte mais de 44 milhões de aves, cerca de 4% a 5% do plantel do país.
Também por conta da crise, o preço do produto teve aumento de quase 75% no Japão, onde a produção tem diminuído nos últimos anos.
Motivos da alta no Brasil
Por aqui, o que explica a disparada dos preços é justamente a exportação, que disparou 52,3% entre janeiro a outubro de 2022, somando US$ 19,657 milhões. Os Emirados Árabes são os principais compradores de ovos do Brasil, ficando com 48% da produção nacional.
Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da empresa de assessoria para o comércio exterior Efficienza, o país não consegue suprir a demanda internacional, o que pode influenciar as cotações domésticas.
“Embora o Brasil seja suficiente na produção de ovos e não deve sofrer escassez, os brasileiros enfrentarão o preço elevado do produto devido a diminuição da produção e, ao mesmo tempo, o valor do mercado externo”, disse.
Outro fator que entra nessa conta é a variação cambial, já que o dólar impacta a logística e outros custos. Somado a esses fatores está a seca, que prejudicou a safra de milho 2020/2021, reduzindo em 16% o total colhido.
Entretanto, o executivo acredita que “a prioridade será o abastecimento do mercado nacional”. “Como temos uma produção reduzida, mesmo que possamos pensar na exportação, a questão se torna complexa devido à falta de oferta”, pontou.