A equipe do novo governo anunciou um grande processo de averiguação nos cadastros do Bolsa Família, ou pente-fino, como é popularmente chamado. Milhões de famílias que recebem o benefício de forma indevida ou fraudulenta correm o risco de perder os pagamentos.
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Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, a reformulação do programa será feita por meio da avaliação dos registros do Cadastro Único (CadÚnico). O sistema reúne dados de famílias de baixa renda e é a porta de acesso para esse e outros benefícios.
O que o governo quer fazer é remover da lista de beneficiários lares que não se enquadram nas regras. Para isso, foi anunciada a criação do programa Busca Ativa.
Busca Ativa no Bolsa Família
Segundo as informações divulgadas até o momento, o novo sistema vai mapear as famílias que de fato necessitam dos recursos. O procedimento será feito em conjunto “com a rede da assistência social, todo o Sistema Único da Assistência Social, Cras [Centro de Referência de Assistência Social] e Creas [Centro de Referência Especializado de Assistência Social], disse o ministro.
Além disso, outro objetivo será identificar as famílias com crianças de até seis anos para pagamento de um adicional de R$ 150 a partir de março. O início da busca ativa está previsto para fevereiro.
“A previsão é que a gente possa já em fevereiro trabalhar as condições de, ao mesmo tempo, atualizar o cadastro e já ali estar também trabalhando o Novo Bolsa Família. Em fevereiro tem essa nova reformulação e a partir do mês de março, o pagamento já acrescido dos 150 reais por criança até 6 anos”, afirmou Dias.
Quem pode perder o Bolsa Família?
Na última semana, o ministro detalhou que cerca de 10 milhões das 40 milhões de famílias inscritas no CadÚnico têm “indícios de irregularidades” em seus cadastros. A meta do ministério é remover inscrições irregulares e promover a entrada de novos beneficiários.
O principal foco do pente-fino são as famílias compostas por apenas um integrante, as chamadas unipessoais, que saltaram de 2,2 milhões em novembro de 2021 para 5,3 milhões em agosto de 2022. Há suspeitas de que membros de um mesmo lar tenham se dividido para receber mais de uma parcela.
Quem está com o CadÚnico atualizado e sem informações incorretas não precisa se preocupar. O objetivo do governo, segundo Dias, é apenas “trazer quem precisa” para a folha de pagamento.