O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, confirmou que o salário mínimo de R$ 1.302 continuará em vigência pelo menos até maio. A notícia desanimou muitos brasileiros, já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia prometido elevar o piso nacional para R$ 1.320 em 2023.
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O governo não conseguiu assegurar o compromisso já em janeiro porque o aumento das despesas previdenciárias foi maior que o previsto antes da transição. Considerando o crescimento acelerado no número de segurados do INSS nos meses finais do mandato de Jair Bolsonaro, o custo previsto com o reajuste do mínimo passou de R$ 5,8 bilhões para R$ 7,7 bilhões.
Mas o petista não desistiu de cumprir a promessa. Na última quinta-feira, Lula criou um Grupo de Trabalho interministerial que terá a responsabilidade de apresentar uma proposta para valorização do salário mínimo. O documento deve ser entregue em até 45 dias, prorrogável por igual período.
“O salário mínimo tem que crescer conforme o PIB”, afirmou o presidente após a cerimônia que instalou o grupo.
Incorporação do PIB
Após o evento, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, declarou que a variação do Produto Interno Bruto (PIB) deve voltar a ser uma métrica para a valorização real do piso nacional. Antes do governo Bolsonaro, a correção anual considerava a inflação acumulada no ano anterior mais o crescimento do PIB de dois anos antes.
“O GT de salário mínimo levará em consideração a situação da economia do País”, acrescentou Marinho.
Demandas sindicais
Enquanto o governo luta para chegar ao valor prometido, as centrais sindicais defendem a aplicação da antiga política de valorização já neste ano. Com isso, o mínimo chegaria a R$ 1.343
Segundo o ministro, a decisão será tomada “pelo conjunto do governo”, respeitando a “previsibilidade da nossa economia”.
“Não tem canetaço, mas entendimento é consenso. Vamos construir entendimentos. O salário mínimo está em vigor, em R$ 1.302. A partir daqui, vamos construir a nova política de valorização, a partir desse grupo”, completou.
