O Brasil inteiro assistiu no último domingo (8) a um grave ataque à democracia brasileira. Naquele dia, milhares de radicais bolsonaristas atacaram, invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes. Logo após, foi divulgado que os ataques foram planejados e coordenados pela internet, mas não pelo mensageiro mais famoso no país. Afinal, por que os radicais se organizam pelo Telegram e não pelo WhatsApp?
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Simulando uma manifestação pacífica e, no início, escoltada pela polícia, o ato se mostrou algo criminoso e terrorista. Os radicais invadiram, de forma organizada o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF (Supremo Tribunal Federal), destruindo patrimônio público e itens de valor histórico e artístico inestimável.
Por que os radicais se organizam pelo Telegram?
Com a retomada das sedes dos Três Poderes, a força de inteligência brasileira descobriu grupos e canais incentivando os radicais no Telegram, aplicativo de mensagens que concorre com o WhatsApp.
Nas mensagens, fica claro o intuito dos radicais de invadir e instalar o caos no país, bloqueando estradas, refinarias e aeroportos. Ações do tipo chegaram a acontecer, mas foram rapidamente contidas pelo país.
Com isso, apesar de não ser o aplicativo mais popular de mensagens entre os brasileiros, ele é o preferido entre os radicais.
Entre os motivos apontados por especialistas, estão a vista grossa feita pelo Telegram no conteúdo em seus canais e grupos, além de ferramentas que possibilitam a interação entre milhares de pessoas de uma única vez, ao contrário das restrições e limitações impostas pelo WhatsApp.
“Com isso, é um ambiente mais fértil para quem procura uma rede para sustentar suas teses. Na verdade, as pessoas não estão procurando a melhor plataforma, mas aquela que confirma seus ideais”, explica Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação em entrevista ao Olhar Digital.
O fato da empresa responsável pelo Telegram ter um responsável legal no Brasil a pouquíssimo tempo também pesa, segundo o professor de marketing de produtos da ESPM, Edney Souza. “A falta de fiscalização no passado e o tamanho dos grupos tornou o aplicativo preferido para a organização de ações terroristas”, afirmou.