A tabela do Imposto de Renda é o pesadelo dos contribuintes e também do governo federal, que tenta buscar formas de ampliar a faixa de isenção para mais gente. Contudo, como a atualização não ocorre desde 2015, a defasagem deve provocar um impacto muito grande nos cofres públicos.
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Essa faixa é o limite exato que determina quem é obrigado a enviar a declaração de IR e quem não é. Atualmente, o benefício da isenção é garantido para quem ganha até R$ 1.903,98 por mês.
Isso significa que os contribuintes que recebem a partir de um salário mínimo e meio (R$ 1.953) serão obrigados a prestar contas com a Receita Federal a partir de 2023. A situação é absurda, já que essa renda é considerada bastante reduzida.
Além disso, os demais trabalhadores que já eram obrigados a pagar o imposto podem ter que desembolsar valores ainda maiores, já que as faixas são “empurradas” para cima e o mesmo valor passa a se encaixar em uma nova alíquota.
Por que isso acontece?
O cenário atual é resultado da combinação de dois fatores: o reajuste anual do salário mínimo e a falta de correção na tabela do Imposto de Renda. Todos os anos, o piso nacional dos brasileiros passa por uma atualização, mas as faixas do tributo não são atualizadas há oito anos.
Em 2015, última vez em que a tabela foi corrigida, eram isentos do imposto todos os contribuintes que ganhavam um pouco menos de dois salários mínimos em meio por mês. Na época, o mínimo era R$ 788.
Com o passar dos anos, essa discrepância foi aumentando e o número de declarações entregues à Receita Federal foi só crescendo. O volume chegou a 36.322.912 documentos enviados no ano passado, atual recorde.
Cenário pode mudar
Declarações recentes do governo indicam uma mudança na tabela do Imposto de Renda ainda neste ano. O presidente Lula quer oferecer o benefício para quem ganha até R$ 2.640, medida que pode ser tomada em maio.
A promessa de campanha do petista é isentar todos os contribuintes que ganham até R$ 5 mil, mas isso deve ocorrer de forma gradativa. A ampliação da faixa de isenção ainda não foi confirmada, mas rumores apontam que o anúncio será feito no dia 1º de maio, Dia do Trabalhador.
