O fim da autonomia do Banco Central apareceu como tema recorrente nos últimos dias, após críticas do presidente Lula ao modelo. Entretanto, segundo Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais, não há discussões internas no governo no sentido de encerrar a independência da autarquia.
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“Não existe qualquer discussão dentro do governo sobre mudança da lei do Banco Central, existe sim uma vontade de que aquilo que estão nos objetivos do Banco Central sejam cada vez mais perseguidos por todos. Fomentar o pleno emprego, suavizar qualquer flutuação econômica, garantir estabilidade econômica”, disse o ministro.
Padilha também negou que o Senado esteja sofrendo pressão do Executivo para adiantar o fim do mandato de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC. A princípio, ele fica no comando da instituição até 2024.
O líder do PT no Senado, senador Fabiano Contarato, reforçou que não haverá nenhuma antecipação. Segundo ele, Lula “não cogita destituir Campos Neto, que terá seu mandato respeitado”.
“Ao aludir ao papel do Senado, [Lula] apenas refere ao que está na Lei, sem manifestar qualquer intenção política nesse sentido”, escreveu nas redes sociais.
Críticas de Lula
O presidente Lula criticou a autonomia do Banco Central em mais de uma aparição recente, especialmente quando o assunto é alta taxa básica de juros (Selic). Desde meados do ano passado, ela está no patamar de 13,75% ao ano.
Na última segunda-feira, o petista afirmou que “não existe justificativa” para o nível atual e chamou as justificativas do Comitê de Política Monetária (Copom) para sua manutenção de “vergonha para o povo brasileiro”.
Um dia após a declaração, Roberto Campos Neto defendeu publicamente a autonomia da autarquia. “Quanto mais independente você é, mais eficaz você é”, declarou.