Para evitar o que pode ser uma crise de crédito na economia brasileira, o governo federal avalia retomar uma linha de liquidez para os bancos. A equipe econômica também estuda a possibilidade de utilizar o Pronampe, programa de crédito voltado para micro e pequenas empresas do país.
Leia mais: Gasolina pode aumentar R$ 0,69 e etanol R$ 0,24 com volta de impostos federais
Ambas as medidas têm no radar a forte desaceleração do crédito, que pode oferecer prejuízos à atividade econômica em 2023 e até desencadear uma recessão. As informações foram apuradas pelo Estadão.
O risco vem da expectativa de uma taxa básica de juros (Selic) alta por um tempo prolongado, somada ao rombo anunciado pela varejista Americanas. Após a divulgação de inconsistências financeiras bilionárias na contabilidade da empresa, um dos principais bancos do país sinalizou que vai reduzir a oferta de empréstimos.
Nesta semana, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, deu a entender em entrevista que a pasta estuda a criação de medidas “compensatórias” para garantir liquidez. O time da economia tem como foco a ampliação do crédito.
Crise de 2008
Em 2008, uma linha emergencial de liquidez aos bancos copiada de países europeus foi adotada no Brasil. Fontes ligadas ao governo acreditam que a nova medida deverá ser semelhante à tomada durante a crise financeira internacional daquele ano.
A linha, que mais tarde foi retirada do mercado pelo Banco Central, oferece liquidez aos bancos utilizando como garantia uma carteira de créditos de renda fixa com boa avaliação. A instituição oferece essa carteira como garantia e o BC libera uma linha de crédito com custo semelhante à taxa do Desconto Interbancário (DI).
Além das duas opções em análise, que são vistas como complementares, o governo também estuda outras possibilidades de programa emergencial.