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Lemann, sócio da Americanas, fica mais ‘pobre’; veja o quanto ele perdeu

Jorge Paulo Lemann, um dos sócios da Americanas, já foi um dos 25 homens mais ricos do mundo, mas tem visto sua fortuna cair repetidamente.



O bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann, um dos sócios da Americanas, é um dos homens mais ricos do mundo, mas também um dos latinos mais polêmicos. Reunindo críticas de outros líderes, de especialistas e até mesmo do presidente Lula (PT), Lemann viu seu método ruir apenas na última década.

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Envolvido atualmente no maior ou um dos maiores escândalos corporativos do país, de acordo com os especialistas, Lemann acumulou também muitas vitórias.

Ele e seus dois parceiros inseparáveis de negócios, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, conceberam um império que inclui a Anheuser-Busch InBev, o Burger King, a SABMiller, a Kraft Heinz, a 3G Capital e outras.

A cada nova aquisição dessas, Lemann e seus parceiros faziam um movimento inspirado em um dos ídolos do bilionário, o ex-CEO da General Electric (GE), Jack Welch, que está ligado a profundos cortes de custos e o crescimento por redução de gastos.

O movimento fez, por exemplo, a cervejaria brasileira Brahma, adquirida no final dos anos 1980, demitir cerca de 10% dos seus funcionários da época e, avaliada em US$ 60 milhões, virar um conglomerado denominado Anheuser-Busch InBev, que já valeu US$ 260 bilhões em seu auge.

O mercado, que até então avaliava bem os movimentos de Lemann, começou a desconfiar de sua estratégia após a recusa de venda da Unilever, pouco interessada na estratégia de corte de custos e nos bônus aos executivos para incentivar o lucro a qualquer custo dentro das empresas.

Foi este ponto, inclusive, que foi apontado por especialistas como uma das razões para os executivos da Americanas terem conseguido esconder um rombo de mais de R$ 40 bilhões enquanto pareciam, aos olhos dos investidores e do mercado, estar todos muito bem.

O professor Paulo Prochno, da Robert H. Smith School of Business da Universidade de Maryland, nos EUA, diz duvidar que Lemann sabia das irregularidades contábeis, mas que isso pouco importa. Para ele, o bilionário e seus sócios criaram “um sistema que leva a esse comportamento [das pessoas não serem éticas em busca de resultado]”.

Quem é Lemann, um dos sócios da Americanas?

Jorge Paulo Lemann, hoje com 83 anos, mantem uma postura mais discreta nos dias atuais, mas já foi tenista profissional e forte crítico da corrupção do sistema político brasileiro.

Do Rio, de onde fundou o Banco Garantia, contratou os hoje sócios Telles e Sicupira. Juntos, eles admiravam a movimentação de Welch, ex-CEO da GE, em Wall Street, maravilhados com a sua capacidade de gerar lucros crescentes semestre a semestre. No Brasil, eles começaram – segundo o livro “Sonho Grande”, de Cristiane Correa – a buscar um método com os “ingredientes do sucesso” da GE para replicar no país.

O primeiro teste veio no fim da década de 1980, com a utilização de uma variação do método “Neutron Jack” e sua curva de classificação de talentos para a demissão de funcionários da Brahma.

Daí para frente, o método evoluiu e ficou conhecido tanto no Brasil como nos EUA como “Método 3G”, por causa da 3G Capital. No ano passado, Lemann reconheceu que o seu método se tornou “desatualizado”.

“Treinamos pessoas parecidas sobre cortar custos, eficiência, logística etc”, disse ele em uma rara entrevista à CNN Brasil, “e não treinava em marketing, inovação e criar coisas novas em um mundo digital”.

Além da Americanas, as ações da Kraft Heinz e da Anheuser-Busch caíram mais de 55% em relação ao seu pico na última década. Já a Restaurant Brands International, que abriga Burger King e Tim Hortons, recuou 14%.




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