Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo (5) em Copenhague, na Dinamarca, para protestarem contra o projeto do governo de acabar com um feriado. De acordo com o estado, a justificativa para a abolição é de ajudar a aumentar os gastos com Defesa, em meio à guerra da Ucrânia. No entanto, como percebido durante as manifestações, os cidadãos não gostaram muito da medida.
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De acordo com a líder da central sindical FH, Lizette Risgaard, essa é uma proposta totalmente injusta. O sindicato conta com 1,3 milhão de filiados no país de quase 6 milhões de habitantes, tendo organizado a manifestação que ocorreu no domingo.
O protesto contou com cerca de 50 mil manifestantes, de acordo com a polícia e os organizadores. Os participantes se concentraram em frente ao Parlamento, sendo trazidos por mais de 70 ônibus de diferentes partes do país.
Feriado seria cancelado para aumentar orçamento da Defesa
A proposta feita pelo governo dinamarquês prevê que um feriado religioso, estabelecido no calendário do país desde o século XVI, deixe de acontecer para aumentar o orçamento da Defesa.
Assim, Mette Frederiksen, primeira-ministra social-democrata, afirma que o dinheiro gasto para sustentar o feriado seria utilizado para elevar em 2% do PIB no orçamento da Defesa em até 2030. A medida possibilitaria que a meta fosse atingida três anos antes do previsto em acordo previamente estabelecido com a OTAN.
De acordo com o Executivo, formado tanto por partido de direita quanto de esquerda, a medida é necessária devido ao novo contexto militar decorrente da invasão da Rússia à Ucrânia. Em contrapartida, os sindicatos afirmam que a medida vai contra os acordos salariais estabelecidos com o governo.
“Na próxima vez que o Parlamento disser que é necessário mais dinheiro, eles irão eliminar outro feriado ou algum domingo”, argumentou a líder sindical do movimento.