Para vetar importações, carros elétricos podem ficar 35% mais caros no Brasil

A ideia, segundo a Anfavea, é proteger a indústria automotiva brasileira de uma possível inundação de produtos elétricos mais baratos importados de outros países.



Na última terça-feira (7), a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou que pretende solicitar ao governo Lula o fim da isenção de imposto de importação para carros elétricos. Com a mudança, seria aplicada uma taxa de 35% sobre o preço dos veículos elétricos importados de países que não fazem parte do Mercosul e do México, como já foi feito com modelos a bateria importados anteriormente.

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A ideia, segundo a Anfavea, é proteger a indústria automotiva brasileira de uma possível inundação de produtos elétricos mais baratos importados de outros países, que poderiam prejudicar a produção local e competir com veículos de volume à combustão.

A proposta está sendo discutida dentro da comissão de veículos elétricos da Anfavea, mas ainda não foi apresentada ao governo por falta de consenso sobre quando a barreira alfandegária aos veículos elétricos importados deveria ser imposta.

Cota de importação

A Anfavea pretende manter uma cota de importação com imposto zerado para montadoras de luxo, que vendem em menor volume, e a proposta ainda não inclui veículos híbridos.

As chinesas JAC, BYD e GWM, que vendem modelos em maior volume, seriam as mais afetadas pela mudança. A Renault, que comercializa o e-Kwid, um dos elétricos mais baratos do país, também seria impactada.

A medida visa proteger as montadoras que produzem no país das que importam elétricos da China. A tendência é de que a diferença de preço entre veículos elétricos e a combustão diminua nos próximos anos, o que poderia permitir que elétricos de baixo custo concorram com modelos à combustão.

Importadoras de elétricos criticam possível aumento de imposto proposto pela Anfavea

As importadoras de carros elétricos de entrada vendidos no Brasil por cerca de R$ 150 mil criticaram a proposta da Anfavea, associação das montadoras, de pedir o fim da isenção de imposto de importação para veículos elétricos. Se a medida for implementada, o preço dos carros elétricos importados pode subir em 35%, inviabilizando a compra para muitos brasileiros.

As empresas argumentam que o mercado de elétricos ainda é pequeno para justificar um protecionismo tão grande. Segundo o consultor automotivo Cássio Pagliarini, a proposta da Anfavea tem como objetivo equilibrar a concorrência entre os veículos elétricos produzidos no Brasil e os importados.

Ele destaca que a produção local tem uma competição interna, mesmo em montadoras que têm parque industrial no Brasil, e que as alternativas em discussão variam desde a elevação linear do imposto de importação até programas mais severos que limitem a importação com imposto reduzido para empresas sem produção local.




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