Já acostumado com o Pix, o brasileiro poderá ver, em breve, mais uma inovação tecnológica voltada para o mercado financeiro nacional: o Real digital. O Banco Central (BC) está desenvolvendo a moeda, que deve ter um piloto ainda neste semestre e seu lançamento oficial ao longo de 2024.
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A novidade segue os moldes do que é conhecido como moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) e segue modelos que estão surgindo em diversas nações ao redor do mundo, principalmente com os avanços trazidos pelas criptomoedas e blockchain.
O projeto tem como foco a inclusão financeira de brasileiros, tirando pessoas da informalidade. Essa é também a visão da maioria das CBDCs no mundo.
Até o momento, apenas dois bancos centrais lançaram moedas digitais: o das Bahamas, com a sand dollar, e o da Jamaica, com a jam-dex.
Como deve funcionar o Real digital?
A experiência de uma CBDC é algo inédito no Brasil. Enquanto o Pix teve um paralelo com operações de TED e DOC, sendo visto como uma evolução, o Real digital vem de um lugar ainda desconhecido para o público em geral.
O que se sabe é que a moeda digital brasileira terá os bancos como intermediários. No nosso modelo, os bancos terão acesso ao Real digital junto ao Banco Central e oferecerão à população tokens que usam uma base chamada stablecoins, criptomoeadas indexadas ao valor de um outro ativo. No nosso caso, um token de Real digital deve valer R$ 1.
A proposta tem sido elogiada internacionalmente por preservar o papel dos bancos. Em muitos países, a moeda digital pode ser comprada direto pela população com o BC.
Agora, os serviços oferecidos aos consumidores devem ser discutidos entre o BC brasileiro e as entidades que aceitaram participar da fase de prova de conceito do Real digital, que termina em fevereiro.