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2023 será o ano da quebradeira? Mercado teme queda de crédito e mais

Com taxa de juros nas alturas, crise causada pela pandemia explodiu. Agora, especialistas discutem se 2023 será o ano da quebradeira no país.



Quando o ano começou, muita gente se mostrou otimista de que ele seria melhor que 2022, mas janeiro já trouxe a notícia do rombo da Americanas (AMER3) e uma série de empresas pediu a reestruturação das dívidas ou recuperação judicial desde então, o que tem preocupado o mercado se 2023 será o ano da quebradeira do mercado brasileiro.

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Somente este ano, além da Americanas (AMER3), vimos empresas como Light (LIGT3), Marisa (AMAR3) e Tok&Stock pedirem a reestruturação de suas dívidas e outras como Oi (OIBR3) e a Nexpe (NEXP3) entrarem com o pedido de recuperação judicial.

Mesmo empresas como Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) tiveram seus ratings abaixados para quase calote, mas conseguiram certo alívio, mesmo caminho que está chegando a CVC (CVCB3), segundo O Globo e o Money Times.

Com relação a casos de falência, dois chamaram atenção em 2023: a Livraria Cultura, que conseguiu na Justiça uma sobrevida para a marca, e os Chocolates Pan, fundados em 1935, que não tiveram a mesma sorte e acabaram mesmo de vez.

Afinal, 2023 será o ano da quebradeira mesmo? Veja o que dizem especialistas

Segundo dados da Serasa, 92 companhias solicitaram algum tipo de auxílio para cumprir com suas dívidas neste primeiro trimestre do ano. Isso representa alta de 37% com relação a 2022 e de 90% em comparação a janeiro de 2020, pré-pandemia.

Além disso, 72 empresas entraram com pedido de falência somente em janeiro, sendo 19 de grande porte, segundo a Serasa.

Para os especialistas, isso é um indício de uma onde de recuperações judiciais e extrajudiciais, mas não necessariamente de quebra de grandes empresas. “O ano de 2023 está sendo o ano da recuperação judicial. A quebradeira é mais para frente. A RJ se mostra um instrumento de postergação de falência”, explica Max Mustrangi, sócio fundador da Excellance.

Ele explica que a crise provocada pela Covid foi severa para diversos setores considerados como não essenciais na época e o crédito disponível em meio à alta da Selic pirou muito o cenário de recuperação.

“A inflação forte nos anos da pandemia ficou comendo as margens de lucro das empresas. A dívida aumentou. Quando a taxa de juros aumentou de 2% a 13.75% ao ano em menos de 12 meses, o gatilho foi apertado. As empresas começaram a inadimplir. A inadimplência de pessoas físicas, micro e pequena empresa e empresas médias está nas alturas (dados do Bacen)”, garante.

Outro pronto importante, segundo especialistas, é uma crise de crédito, que pode piorar ainda mais a situação. Na última semana, Luis Stuhlberger, da Verde Asset, disse que há “sinais de um incipiente credit crunch (crise de crédito) atingindo a economia brasileira”.

Tudo indica que os bancos serão mais exigentes na concessão de crédito após o rombo da Americanas, que fez o lucro de instituições como Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) despencar.

O governo diz estar acompanhando a movimentação. A expectativa é que o sistema financeiro público e privado se unam para agir.




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