O vale-refeição é um benefício oferecido pelos empregadores brasileiros com forma de atrair os trabalhadores para sua empresa. Ele consiste na liberação de um valor diário para que o funcionário possa custear suas refeições durante a jornada de trabalho.
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A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) não prevê a obrigatoriedade do pagamento do tíquete, o que significa que ele é (quase sempre) opcional. A exceção são as situações em que o pagamento está previsto em contrato, convenção ou acordo coletivo da categoria.
Para muitos, o vale-refeição faz muita diferença no final do mês e ajuda bastante o salário render mais para outras finalidades. Contudo, uma pesquisa recente da Sodexo Benefícios deixou muitos trabalhadores decepcionados com seu resultado.
Duração do vale-refeição
O levantamento mostra que o saldo do benefício dura, em média, 11 dias por mês. Levando em conta um mês com 22 dias de trabalho, o valor é suficiente para custear apenas metade das refeições feitas pelo funcionário, que precisa pagar pelo restante.
Em 2019, antes do início da pandemia de covid-19, a duração média do VR era de 18 dias, uma semana inteira a mais do que hoje.
A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) estima que o preço médio da refeição no ano passado era de R$ 40,64. O prato executivo custava em média R$ 50,23, enquanto o prato à la carte era vendido por cerca de R$ 64,83.
Vale destacar que as diferenças de preços entre as regiões do país altera muito essa referência. Em outras palavras, há que esteja pagando bem menos e outros bem mais em uma refeição.
Quem é o culpado?
Segundo a Sodexo, empresas de todos os portes aumentaram o valor do vale-refeição neste ano, mas o reajuste não foi suficiente para cobrir a alta nos preços das refeições na rua. Uma pesquisa da Ticket Restaurante mostrou que o custo para se alimentar fora de casa subiu quase 50% entre 2021 e 2022.
Somente em fevereiro, a inflação do país medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve aumento de 0,84%. No acumulado do ano, a variação inflacionária chega a 1,37%.
Para fugir do preço alto, os trabalhadores apelam por alimentos mais baratos, como salgados e lanches, para substituir a refeição completa. A troca pode ser prejudicial à saúde, já que essas opções normalmente são pobres em nutrientes e ricas em sódio e açúcar.