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Vai para 4 dias: quais setores poderão reduzir a jornada de trabalho?

Alguns setores possuem mais facilidade para se adequarem à redução da jornada de trabalho do que outros. Você sabe quais são eles? Confira!



A ideia de ter mais um dia no fim de semana está cada vez mais próxima para os trabalhadores. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos e na Irlanda comprovou que a semana de trabalho com quatro dias possui um impacto positivo na produtividade, no desempenho da equipe e do faturamento da empresa.

Leia mais: Jornada de trabalho com 4 dias adotada em vários países pode chegar ao Brasil?

Até o momento, as companhias que mais adotaram esse modelo novo da jornada de trabalho foram o setor da tecnologia e os escritórios. Assim, algumas medidas simples, como dias sem reuniões, podem permitir que os funcionários aumentem sua concentração na execução de suas tarefas e reduzam as horas de trabalho, mantendo o mesmo rendimento.

“Isso está decolando como uma tendência notável em áreas como a de tecnologia, software, ICT, serviços financeiros e profissionais. Cargos baseados em conhecimento que costumavam ser principalmente exercidos em escritórios, mas que agora, em muitos casos, são híbridos ou remotos”, afirma Joe O’Connor, diretor e fundador do Centro de Excelência para a Redução do Tempo de Trabalho.

Alguns setores apresentam dificuldades na adaptação

Em contrapartida, alguns setores possuem maiores dificuldades na hora de reduzir a jornada semanal de trabalho de seus colaboradores. Por exemplo, o setor jurídico geralmente funciona na base de cobrança por hora de serviço prestado. Ou seja, quanto menor a jornada de trabalho, menor a receita da empresa.

No entanto, O’Connor acredita que essa cultura tem tudo para mudar. “Estamos começando a ver exemplos de empresas de advocacia migrando para semanas de quatro dias, deixando de cobrar por hora e sim por valor de projeto”, afirmou.

Dessa forma, a flexibilização da jornada de trabalho nessas empresas pode acontecer de forma diferente aos outros setores mais adaptáveis. “A alternativa é oferecer a pessoas diferentes dias de descanso diferentes, de forma a manter os cinco dias de trabalho. Mas, para isso, você precisa ter processos de comunicação nas equipes para poder lidar com os dias em que os colegas não estão disponíveis”, afirma Pedro Gomes, autor do livro “Sexta-feira é o Novo Sábado”.

Semana de quatro dias deverá ser o novo normal

Mesmo com algumas empresas apresentando resistência à adaptação, os especialistas do setor afirmam que a semana de quatro dias deverá se tornar o novo normal. Em alguns setores que já estão adotando a nova jornada de trabalho, a semana de 32 horas tem servido como uma “uma ferramenta para obter vantagens competitivas em termos de atração e retenção de talentos”, garante O’Connor.

Desse modo, quanto mais as pequenas e médias empresas adotarem esse tipo de jornada, maior será a pressão nas grandes empresas que se recusam a adotar a medida, visto que a preferência dos trabalhadores será alterada.

No entanto, há outras medidas menos drásticas que podem ser adotadas pelas empresas menos flexíveis. “Minha previsão é que os dias sem reuniões, horários de trabalho flexíveis e outras estratégias inovadoras para atingir o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal tornem-se prática comum no futuro próximo”, argumenta Benjamin Laker.

Até o momento, a semana de trabalho menor pode não ser algo comum nos países, mas a vontade de manter o experimento continua presente em todo o mundo. Em 2023, os testes deverão acontecer na Espanha, Escócia, Austrália e outros países. “A semana de quatro dias não irá abranger 100% da economia, da mesma forma que a semana de cinco dias não representa totalmente a economia atual. Mas ela certamente pode se tornar o novo normal”, concluiu O’Connor.




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