Uma pesquisa realizada pela Sodexo, empresa de benefícios para trabalhadores, revelou que o saldo médio do vale-refeição dura apenas 11 dias por mês em 2023, dois dias a menos do que no ano anterior.
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A pesquisa mostra que as empresas costumam calcular o pagamento para 22 dias úteis por mês, mas que o valor se mostra insuficiente, o que significa que os trabalhadores pagam metade das refeições do próprio bolso, na prática.
De acordo com a Sodexo, o problema ocorre por conta do cenário de inflação e juros altos no país, o que tem influenciado diretamente no tempo de consumo do vale-refeição.
Antes da pandemia, em 2019, a duração média do vale-refeição era de 18 dias. Embora a empresa afirme que empresas de todos os portes aumentaram os valores dos benefícios em 2023, o aumento não acompanha o custo médio das refeições fora de casa.
Se vale-refeição dura tão pouco, quais as consequências disso?
Com o aumento do preço dos alimentos no país, muitos trabalhadores têm optado por substituir refeições por lanches e salgados, uma opção menos saudável para compensar o preço alto.
Para fazer o cálculo de dias, a pesquisa da Sodexo considerou um valor médio de R$ 40,64 por refeição, da ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador).
Apesar da Sodexo não ter informado qual o valor médio pago de vale-refeição pelas empresas brasileiras em 2023, a Assert (Associação Brasileira de Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador) estima que o preço médio do almoço no Brasil seja de R$ 27,40 em 2023, considerando refeições por quilo, pratos executivos, à la carte e self-service com preço fixo. O valor médio pode passar de R$ 30, a depender da região do país.
Dentre as opções citadas, a mais cara é a la carte, com média de R$ 44, seguida dos pratos executivos, que custam, em média, R$ 33,45.
Já a informação de que os brasileiros estão substituindo refeições completas por salgados é de uma pesquisa recente da consultoria Kantar. Sobre isso, Soraia Batista, nutricionista da Sodexo Benefícios e Incentivos, ressalta que a jornada de trabalho requer uma alimentação que vai além da hora do almoço, como cafés da manhã e da tarde.
“Então, se o profissional opta por um lanche como refeição, ou ele irá gastar mais do que o esperado durante à tarde ou ele optará por ficar com fome até chegar em casa, o que também não é saudável e impacta diretamente em sua concentração e rendimento”, explica a nutricionista.