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Carro popular é coisa do passado? Entenda o fenômeno dos preços de veículos novos

Especialistas defendem que pagar barato em um caro zero quilômetro não será mais a realidade dos brasileiros.



Pagar barato por um carro zero quilômetro pode ficar apenas na lembrança dos brasileiros. Hoje, o automóvel com o preço mais baixo do país é o Renault Kwid Zen, que sai por nada menos que R$ 68.190. Na esteira dele vem o Fiat Mobi Like, hoje vendido por R$ 68.990.

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Embora sejam os veículos mais baratos, eles estão longe de ser considerados “carros populares”. E a questão não está só no preço, mas também na entrega.

Os modelos de entrada da Renault e da Fiat chegaram ao mercado em 2017 e 2016, nessa ordem, custando por volta de R$ 30 mil. Hoje, cerca de seis anos depois, os preços de Kwid e Mobi mais que dobraram.

Carro popular agora e antes

A inflação do mercado automotivo e o fim do carro popular podem ser ilustrados com o Kwid versão Zen. O veículo custa R$ 68.190, mas é entregue ao motorista com direção elétrica, ar-condicionado, controle de estabilidade, quatro airbags, freios ABS, rádio e vidros elétricos nas portas dianteiras.

Em 2007, dez anos antes do lançamento do modelo, o carro zero mais barato no Brasil era o Ford Ka, vendido por R$ 19.990 na época. Prestes a mudar de geração, o veículo saía por um valor promocional, mas não tinha direção hidráulica, vidros elétricos e muito menos ar-condicionado.

O Ka era considerado de fato um verdadeiro popular, um “carro pelado”. Além disso, alguns itens como airbag e freios ABS não eram nem mesmo obrigatórios para as montadoras.

Comparação de valores

Em 2007, os R$ 19.990 desembolsados por um Ford Ka eram equivalentes a pouco mais de 52 salários mínimos, que na época era de R$ 380. Quando o Kwid Life começou a ser vendido em 2017, a versão de entrada custava R$ 29.990, ou 32 salários mínimos, já que o piso nacional era de R$ 937.

O modelo também era considerado “pelado”, exceto pelos quatro airbags oferecidos. Na comparação com a versão Zen vendida hoje, o veículo não tem nenhum item de conforto.

Voltando a 2023, o Kwid Zen custa pouco mais de 52 salários mínimos, hoje em R$ 1.302. Basicamente, o mercado retrocedeu, e o comprador precisa gastar o mesmo que gastava em 2007 para ter o carro mais barato na garagem.

Apesar de não serem populares, vale considerar que os carros hoje também não são tão “pelados” e incluem muito mais itens de segurança e tecnológicos. Mas e aí, quanto será que custaria um zero km sem vidros elétricos, direção elétrica e ar-condicionado hoje?




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