O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome anunciou, nesta quarta-feira (12), o corte do Bolsa Família para 1,2 milhão de beneficiários. O bloqueio acontece após um pente-fino do governo que mirou as famílias unipessoais, compostas por apenas uma pessoa, e aquelas que entraram no programa às vésperas das eleições de 2022.
Leia também: Teve o Bolsa Família bloqueado? Veja como liberá-lo para sacar em abril
Além do grupo, outros 125 mil cadastros foram desligados por não atenderem aos requisitos ou por ficarem mais de seis meses sem sacar o benefício.
O Ministério enviará mensagens via SMS pelo celular ou aplicativo do Bolsa Família para os beneficiários bloqueados, concedendo 60 dias para regularização e desbloqueio do benefício. Se o beneficiário souber que está irregular, pode solicitar o cancelamento do benefício pelo aplicativo do Cadastro Único.
Ao todo, o governo federal revisará 6 milhões de cadastros que entraram às vésperas das eleições presidenciais de 2022, com indícios de irregularidades. O ministro da pasta, Wellington Dias, estima que 4 milhões não se encaixem nos critérios do programa. Segundo ele, vários processos comprovaram o uso eleitoreiro do Auxílio Brasil, nome do programa até o ano passado.
Corte do Bolsa Família mira em cadastros irregulares
Somente este ano, o governo já removeu do programa 1,5 milhão de pessoas com renda superior ao exigido. Técnicos da pasta identificaram, por exemplo, 7 mil pessoas com renda superior a R$ 6.500 mensais recebendo o benefício. Para receber o Bolsa Família, a principal regra é que a família tenha renda mensal de até R$ 218 por pessoa.
O maior indício de irregularidade encontrado pelo Ministério é a explosão de famílias unipessoais. Dos seis milhões de cadastros que entraram nas vésperas das eleições, 5,5 milhões se enquadraram assim.
Segundo Dias, há indícios de que muitas pessoas da mesma família se inscreveram como se fossem famílias separadas. Ele afirma que o Bolsa Família tem um foco na família, e o objetivo é garantir a condução de uma renda que possa trazer um padrão de vida adequado.
Com a notificação, os beneficiários bloqueados serão chamados aos Cras (Centro de Referência da Assistência Social) para comprovar que são, de fato, famílias unipessoais e que moram sozinhas, principalmente, que não dividem a casa com outros recebedores do benefício.
Dias afirma que quem mora sozinho mesmo pode e deve se manter como unipessoal, mas quem mora com a família precisará estar no cadastro da família.
Por fim, Dias destacou que o Cadastro Único está passando por uma reformulação, e que entre as novidades está a implementação das chamadas buscas ativas, quando o próprio governo vai atrás dos beneficiários. Ele afirmou que a intenção é evitar injustiças e garantir a busca ativa. A pasta estima que 2,5 milhões de famílias possam entrar a partir da busca ativa.
