Assumir um cargo de média gerência pode ser uma escolha difícil a ser feita por alguns profissionais. Isso devido ao fato de que precisam lidar com demissões, pressão para atingir as metas e orçamentos apertados, ainda que atentos ao bem-estar emocional da equipe. De acordo com Bill Schaninger, sócio sênior da McKinsey, esses funcionários são essenciais para que possam impulsionar mudanças organizacionais em larga escala nas empresas.
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Os “gerentes” têm se mostrado um grupo extremamente vulnerável no Vale do Silício, onde as startups criam diversos cargos legais e oferecem benefícios para os seus colaboradores assim que o lucro entra na empresa. Em contrapartida, quando as coisas não vão tão bem assim, os donos que medem os resultados por dados podem olhar para esta categoria e ver essas pessoas como uma despesa que precisa ser cortada.
Corte de gastos ou desentendimento da função dos funcionários?
Um exemplo de empresa que decidiu cortar os seus gerentes é a Meta, do famoso Mark Zuckerberg. Ele declarou que 2023 seria o “ano da eficiência” da empresa, mas demitiu mais de 11 mil funcionários no último ano. E as demissões não param por aí, viu? Zuckerberg ainda pretende fechar 5 mil vagas que foram abertas neste ano.
Os planos são de demitir outras 10 mil pessoas.
“Não acho que você queira uma estrutura de gerenciamento que seja apenas gerentes gerenciando outros gerentes, que estão gerenciando outros gerentes, que gerenciam outros gerentes – os quais, finalmente, gerenciam as pessoas que estão fazendo o trabalho”, afirmou Mark durante uma reunião com os seus funcionários no início do ano.
Isso pode ser um corte de gastos ou um sinal de que ele não tem a muita noção das funções de alguns colaboradores dentro da própria empresa. Com isso, o CEO da Meta acaba confundindo as coisas e piorando o estado mental de seus funcionários, exercendo uma pressão desnecessária sobre eles.
Modelo de gestão de Musk
Esse também parece ser o modelo de gestão usado por Elon Musk. Ao adquirir o Twitter, o empresário já tuitou “Parece ter 10 pessoas ‘gerenciando’ para cada pessoa escrevendo código”. Além disso, o CEO também acredita que todo gerente deve ter as habilidades técnicas das pessoas que gerencia.
Apesar disso, estudos mostram que ter treinamento em habilidades de liderança deve ser muito mais interessante.
Assim, em vez de investir em melhores condições de trabalho para os seus gerentes, o Twitter e outras empresas estão seguindo a tendência de diminuir o número de “gerentes médios”. Os gerentes médios são os portadores da cultura da empresa, motivadores dos empregados e os agentes que provocam a mudança no cenário corporativo.
Por fim, vale ressaltar que grande parte das pessoas que pedem demissão se demitem por causa do chefe, não pela empresa ou pelo emprego em si. Com isso, a importância de formar melhores chefes, por entender o seu valor significativo para o sucesso de uma empresa, parece não estar sendo bem aceito pelas big techs.