As notícias não são boas para os consumidores brasileiros que utilizam cartão de crédito. Em fevereiro, a taxa de juros média do cartão rotativo foi a maior desde março de 2017, há seis anos, quando a cobrança chegou a 490,3% ao ano.
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Segundo dados do Banco Central, os juros médios do rotativo estão em 430,5% por ano, um problemão para quem acaba atrasando o pagamento da fatura.
Os juros rotativos são cobrados pelas instituições financeiras de clientes que não pagam o valor integral da fatura do cartão de crédito. A modalidade é a principal causa de endividamento da população brasileira, que hoje tem mais de R$ 323,3 bilhões em dívidas atrasadas.
Em meio a discussões do governo para baixar os níveis atuais, o aumento nas taxas foi de 13,1 pontos percentuais somente no último mês. Nos últimos 12 meses, a alta chega a 71 pontos percentuais.
Ainda de acordo com as informações do BC, a taxa de juros média do setor bancário alcançou 31,6% em março, alta de 0,4% na comparação com fevereiro. Já o spread bancário (diferença entre a taxa que os bancos utilizam para captar dinheiro e os juros cobrados dos clientes) foi de 20,9 pontos percentuais no período.
Com isso, o spread se manteve estável, embora mostre avanço de 1,5% somente no primeiro trimestre.
Governo discute mudança
O Ministério da Fazenda confirmou mais cedo neste mês que os bancos do país vão entregar um cronograma de estudo sobre mudanças no rotativo do cartão de crédito. As discussões vão envolver o Banco Central, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e outras entidades do setor.
As instituições deverão apresentar propostas para resolver a questão das taxas de juros. Segundo a pasta, o primeiro passo será a elaboração de um diagnóstico da situação para dar início aos estudos.
Isaac Sidney, presidente da Febraban, antecipou que uma das propostas será um novo marco legal de garantias. “Uma das razões a juros bancários elevados é pouca efetividade de garantias. Se o país tiver o Marco Legal de Garantias, vamos dar um passo importante para reduzir o custo de crédito”, disse.
