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Carro popular encarece mais de 200% em 10 anos e vira ‘sonho distante’

Há 10 anos, eles custavam pouco mais de R$ 20 mil. Entenda como o carro popular encareceu e veja os planos para o futuro.



Segundo um levantamento da empresa de avaliação de veículos e pesquisa automotiva Kelley Blue Book (KBB), a categoria de carro popular encareceu mais de 200% nos últimos dez anos. O modelo Volkswagen Gol, por exemplo, passou de R$ 20.600,00 em 2013 para R$ 68.500,00 em 2023, o que representa um aumento de 235,5%.

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Essa alta nos preços fez com que o carro mais barato atualmente vendido no país, o Renault Kwid, seja comercializado por R$ 68.100, bem acima do conceito original de “carro popular” criado pelo governo em 1993.

Segundo especialistas, os carros populares eram totalmente despojados quando chegaram ao mercado brasileiro, com revestimentos laterais de eucatex e para-choque pintado, entre outras características que visavam reduzir o custo do carro. Na década de 1990, também não havia airbags, sistemas de freios ABS e outros equipamentos de segurança que são obrigatórios hoje em dia.

No entanto, a necessidade de atender às normas vigentes do país e investir em tecnologias fez com que os preços dos carros subissem consideravelmente. Os custos de produção elevados, o chamado “custo Brasil”, também contribuíram para o aumento dos preços.

Carro popular encareceu, mas há espaço para redução

Ainda assim, alguns especialistas afirmam haver espaço para a volta de veículos um pouco mais baratos, embora sejam menos equipados do que os modelos atuais. As montadoras, inclusive, estão estudando a possibilidade de ressuscitar o conceito de carro popular, discutindo o assunto com o governo.

Na nova proposta, o objetivo seria criar um programa para reduzir o preço ao consumidor em pelo menos R$ 10 mil, o que permitiria oferecer carros de entrada com valores entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.

Embora essa iniciativa seja vista com bons olhos pelo setor automotivo, alguns especialistas acreditam que a possibilidade de redução nos preços seja difícil, pois as montadoras não costumam diminuir os valores de seus produtos.

Porém, se houver incentivos tributários por parte do governo, seria possível tornar os carros mais acessíveis aos consumidores brasileiros. O tema está sendo avaliado pelos ministros do Desenvolvimento e da Fazenda, e a intenção é incentivar o setor automotivo, que tem sofrido com a queda das vendas nos últimos anos. No estudo, inclusive, entra a proposta de um carro mais barato e movido apenas a etanol.

Enquanto uma solução não aparece, veja como os preços mudaram em uma década no Brasil:

  • O Chevrolet Celta 1.0 deixou de ser fabricado em 2016, mas até hoje ele tem comércio nas concessionárias de veículos seminovos. Em 2013, um modelo zero quilômetro custava R$ 21.500. Em 2023, o preço está em R$ 36.190, uma alta de 68,3%
  • Já o Chevrolet Onix 1.0 12V, um dos carros mais vendidos no país, continua sendo um dos queridinhos dos brasileiros. Em 2013, o preço deste carro zero era de R$ 28.900. Em 2023 sofreu uma alta de 170,5%, sendo vendido a R$ 78.185.
  • O Ford Fiesta também era vendido há 10 anos como carro popular. Em 2019 ele saiu de linha, mas ainda hoje é comercializado como seminovo. Em 2013, um zero quilômetros valia R$ 24.800. Hoje, em 2023, é encontrado por R$ 57.324, ou seja, 131,1% mais caro.
  • O Ford Ka, mesmo tendo saído de linha em 2021, é muito procurado pelos motoristas. Em 2013 ela custava R$ 20.600, mas em 2023 está 139,4% mais caro, sendo vendido a R$ 49.307.
  • O Volkswagen Gol, que saiu de linha neste ano, ainda tem unidades zero quilômetros sendo vendidas nas concessionárias. Em 2013, um Gol novo era vendido por R$ 20,600. Esse carro foi um dos que mais ficaram caros em dez anos. Em 2023, o modelo zero (quando encontrado) está saindo por R$ 68,500, uma alta de 232,5%.




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