A maioria dos motoristas e entregadores que trabalham com aplicativos de mobilidade e entrega no Brasil rejeitam a contratação via CLT, de acordo com uma pesquisa do Datafolha realizada para a Uber e o iFood e divulgada pelas empresas esta semana. A pesquisa chega a público enquanto o Ministério do Trabalho e os representantes dos motoristas discutem um novo modelo de trabalho no país.
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Segundo o documento, apenas 14% dos entrevistados disseram preferir um vínculo de emprego com os benefícios trabalhistas previstos pela CLT. Para esses trabalhadores, a CLT representa uma ameaça à sua autonomia e flexibilidade, que lhes permite escolher os horários e recusar viagens a qualquer momento.
O levantamento, chamado “Futuro do Trabalho por Aplicativo”, revelou que 75% dos motoristas e entregadores preferem o modelo atual de trabalho em vez da CLT. A pesquisa também questionou sobre o “CLT intermitente”, uma modalidade de contrato de trabalho em que o funcionário é formalizado, mas não necessariamente é chamado para trabalhar. Sete em cada 10 motoristas e entregadores disseram que esse modelo não lhes interessa.
Motoristas e entregadores querem mais direitos, no entanto
A maioria dos entrevistados (76%) afirmou desejar continuar trabalhando por meio dos aplicativos. Quando questionados sobre direitos e benefícios, 68% concordaram em contribuir para a Previdência caso as plataformas automatizassem o processo. Para 89% dos entrevistados, é importante garantir certos direitos e benefícios desde que não interfiram na flexibilidade do trabalho.
No universo entrevista, apenas 11% dos motoristas defenderam a garantia de todos os direitos trabalhistas, mesmo que isso signifique menos flexibilidade.
A pesquisa revelou ainda que 36% dos motoristas e entregadores não contribuem para a Previdência, citando como principais motivos o valor da mensalidade (34%) e a burocracia (21%). A pesquisa do Datafolha foi realizada com 2.800 entrevistas com motoristas e entregadores parceiros da Uber e do iFood em todo o Brasil, entre janeiro e março de 2023.
O relatório da pesquisa pode ser acessado clicando aqui.
