Grandes varejistas estão fechando suas lojas nas principais cidades dos Estados Unidos, o que tem levantado preocupações sobre o futuro do varejo nos centros comerciais e distritos comerciais mais importantes. O assunto voltou a ganhar grande proporção por lá nesta semana.
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Esse fenômeno faz parte de uma tendência de fechamento de lojas que ocorre desde 1995, segundo a CNN americana, ano em que a o fechamento começou a superar a abertura de novas unidades a cada ano. Isso ficou conhecido como o “apocalipse do varejo”, segundo o banco Morgan Stanley.
Segundo especialistas, vários fatores estariam contribuindo para a saída dessas redes das áreas urbanas, como o excesso de lojas, o aumento do trabalho remoto, as compras online, os altos aluguéis, a criminalidade e as dificuldades na contratação de trabalhadores.
Com a saída dos grandes varejistas, especialistas indicam soluções para metrópoles
Para reinventar o varejo nos centros das cidades, serão necessárias mudanças drásticas, apontaram os especialistas ouvidos pela CNN. Isso implica em criar bairros mais densos, com uma mistura variada de moradias acessíveis, experiências de varejo inovadoras, restaurantes, entretenimento, parques e outras comodidades.
No entanto, como você deve imaginar, essa transformação não acontecerá rapidamente. Segundo especialistas, quando essas áreas se tornarem verdadeiros bairros urbanos, o varejo poderá retornar de formas diferentes.
Outra questão serão as políticas públicas de revitalização dos centros urbanos, com o varejo como uma atração crucial, o que será fundamental para a saúde econômica das cidades e das regiões. Embora a criminalidade seja apontado como uma das razões para os fechamentos, nem sempre essa é a causa principal. Tendências como o excesso de lojas, a mudança para o trabalho remoto e o crescimento do comércio eletrônico também têm afetado o varejo.
Para reverter esse êxodo do varejo das cidades, será necessário criar um ambiente mais atrativo e diversificado, com investimentos em atividades que tornem as ruas mais vibrantes e atraentes para os pedestres. Isso inclui bloquear ruas para carros em determinados horários, sediar eventos culturais, festivais gastronômicos e exposições de arte, por exemplo.
Além disso, será preciso repensar o modelo tradicional de varejo, buscando uma mistura mais ampla de lojas, oferecendo aluguéis temporários e flexíveis para incentivar novos empreendimentos, e melhorando o transporte público e a acessibilidade da moradia nas áreas centrais.
Para os especialistas, atualizar as leis de zoneamento para permitir o redesenvolvimento de edifícios comerciais em moradias acessíveis também é uma medida importante. A criação de uma densidade habitacional suficiente para sustentar os varejistas próximos é fundamental para tornar os centros urbanos vibrantes e revitalizados.
Apesar do fenômeno ser observado primeiro nos EUA, ele não parece ser algo impossível de acontecer no Brasil. Pense como está o centro da capital do seu estado hoje, por exemplo. Vê alguma semelhança? Então fique de olho nas dicas dos especialistas para saber o que cobrar das autoridades nos próximos anos.