Um novo estudo do Dieese indica que o reajuste do salário mínimo terá impacto direto e indireto no orçamento de mais de 25% da população, ou seja, 54,075 milhões de brasileiros. A análise levou em conta a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE), de 2021, para fazer o cálculo.
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O reajuste, que elevou o piso nacional de R$ 1.302 para R$ 1.320, já entrou em vigor neste mês. O governo também enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei com uma nova política para a valorização do salário mínimo, que, se aprovada, valerá a partir de 2024.
A fórmula de correção que valerá será a que prevalecia até 2019: inflação do ano anterior e variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
De 2020 a 2022, o salário mínimo foi corrigido apenas pela inflação, o que provocou perda do poder de compra.
Novo mínimo deve beneficiar 25% da população
Diretamente, o reajuste no piso nacional chega a 22,731 milhões de trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregadas domésticas, servidores públicos, aposentados, pensionistas e aqueles que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), assistência dada pelo governo a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
Além disso, o reajuste também chegará às famílias nas quais há um membro que ganha o salário mínimo, que somam 31,3 milhões de pessoas, de acordo com o Dieese.
O estudo também traçou o perfil dos que recebem o salário mínimo, por idade, gênero e raça. A faixa etária mais beneficiada é a de 70 anos ou mais, seguida pelas pessoas entre 40 e 69 anos. As mulheres e os negros são maioria entre os beneficiados, em razão de seus salários mais baixos.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) é uma instituição sem fins lucrativos fundada em 1955 e tem como objetivo produzir e difundir informações e análise sobre o mundo do trabalho e a conjuntura socioeconômica brasileira.