Os filtros faciais caíram no gosto dos internautas e se tornaram a ferramenta mais queridinha dos usuários das redes sociais para editar fotos, vídeos e corrigir algumas “imperfeições”. O recurso automatizado funciona com base em uma inteligência artificial e na visão computacional para identificar características faciais e modificá-las.
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Algumas das opções de filtros podem até mesmo alterar completamente a estrutura do rosto, contudo o dispositivo pode enfrentar problemas judiciais justamente por causa da sua função, que ficou mais sofisticada ao longo dos anos. Os recursos estão sendo alvo de medidas legislativas para controlar o seu uso nas plataformas.
Isso está acontecendo principalmente pela sua influência na saúde mental dos usuários, uma vez que diversas alternativas estão impondo ideais irrealistas de beleza. O problema se tornou uma condição médica e ganhou nome, atualmente é chamado de Dismorfia de Selfie, que leva o paciente a ter um foco obsessivo em um defeito na própria aparência, independentemente dele ser real ou apenas um fruto do seu pensamento.
Estudos apontam que os jovens sofrem uma pressão para acompanhar as tendências e padrões da beleza.
Países estão agindo para regulamentar uso dos filtros
Para se ter uma ideia, em 2017, a Academia Americana de Plástica Facial e Cirurgia Reconstrutiva (AAFPRS) informou que 55% dos cirurgiões receberam pedidos dos pacientes para que realizassem procedimentos estéticos simulando os mesmos efeitos criados pelos filtros. Um levantamento da YMCA britânica destaca que dois terços dos jovens se sentem pressionados para alcançar um determinado padrão. Por essa razão, alguns países decidiram agir.
Alguns lugares, como Noruega e Israel, exigem que as fotos editadas com filtros sejam “rotuladas” em campanhas publicitárias nas redes sociais. Na França, um projeto de lei com normas semelhantes está em tramitação e pode gerar multa de até US$ 325 mil para quem desrespeitar as regras.
Especialistas em cultura digital e estética apoiam a regulamentação, mas é importante deixar separado as permissões de uso para o setor comercial, bem como uso pessoal, para não haver censura. Sem contar que os jovens precisam ser educados para desenvolver uma relação melhor com a mídia e com a internet.