O futebol brasileiro passa por um momento muito difícil em virtude dos escândalos envolvendo jogadores e empresas de apostas esportivas em supostas manipulações de resultados de jogos. A situação, para além de polêmica, foi parar na justiça e até o momento 16 atletas se tornaram réus nas investigações que estão sendo conduzidas por meios da Operação Penalidade Máxima.
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Quem são os jogadores investigados?
Na primeira fase da Operação, oito jogadores de diferentes clubes foram denunciados pelo Ministério Público e se tornaram réus por participar de esquema de manipulação de resultados. O grupo vai responder pelas práticas de organização criminosa, cuja pena varia de três a oito anos de reclusão ou pode ser convertida em pagamento de multa; e corrupção ativa, cuja pena varia de dois a 12 anos de reclusão.
Segundo o ge, entre os denunciados na primeira fase da Operação estão:
- Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense);
- Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá);
- Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa);
- André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano);
- Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã);
- Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
O grupo participou do esquema para cometer pênaltis no primeiro tempo dos jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina, pela Série B de 2022. No entanto, na partida entre Vila Nova e Sport, o esquema furou, uma vez que Romário e Gabriel Domingos não jogaram.
Já o jogador Joseph cometeu o pênalti na partida entre Criciúma e Tombense. Mateusinho, por sua vez, fez a mesma coisa na partida entre Sampaio Corrêa e Londrina. Além disso, segundo o Ministério Público, os demais atletas do Sampaio citados estavam cientes de tudo e também participaram de alguma forma.
Segunda fase
Já na segunda fase da Operação foram denunciados os seguintes jogadores, acusados de ou aceitar vantagem patrimonial indevida, crime previsto no artigo 41-C do Estatuto do Torcedor, cuja pena vai de dois a seis anos de reclusão e multa; ou prometer vantagem patrimonial indevida, crime previsto no artigo 41-D do mesmo estatuto, cuja pena varia de dois a seis anos de reclusão e multa.
- Eduardo Bauermann (zagueiro, Santos);
- Gabriel Tota (meia, Ypiranga-RS);
- Paulo Miranda (zagueiro, sem clube);
- Igor Cariús (lateral-esquerdo, Sport);
- Victor Ramos (zagueiro, Chapecoense);
- Fernando Neto (volante, São Bernardo);
- Matheus Gomes (goleiro, sem clube);
O que dizem a CBF e o STJD
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) descartou nesta quarta-feira (11) qualquer possibilidade de paralisação do Campeonato Brasileiro em virtude dos escândalos envolvendo jogadores e empresas de apostas em casos de possíveis manipulações de partidas. A decisão foi assinada pelo procurador-geral do STJD, Ronaldo Piacente.
A Confederação Brasileira de Futebol corroborou a decisão do STJD por meio de nota e também afastou qualquer possibilidade de paralisação do torneio.
“Com relação a suspeitas de envolvimento de atletas de clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022, em possíveis atos de manipulação de resultados de partidas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça, solicitando que a Polícia Federal entre no caso, com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação. A CBF, por sua vez, estará à disposição para dar todo o apoio necessário.
A CBF ressalta, ainda, que não há qualquer possibilidade de a competição atual ser suspensa. E vem trabalhando em conjunto com a FIFA e outras esferas internacionais para um modelo padrão de investigação. Vale lembrar que a entidade, que igualmente é vítima destes possíveis atos criminosos, não foi, até o momento, oficialmente informada pelas autoridades sobre os fatos.
Na reunião ocorrida no último dia 7/03, na sede da entidade, com a participação de Promotores e Procuradores de Justiça de diferentes estados do país e do Conselho Nacional do Ministério Público, a Confederação já havia se colocado à disposição para subsidiar situações desse tipo, sempre que acionada.
A CBF ressalta que, tão logo estejam comprovados os fatos, espera que as sanções cabíveis por parte do STJD sejam tomadas de forma exemplar. Mais uma vez, a entidade reforça que o campeonato não será suspenso, mas defende que a punição de atletas e demais participantes do esquema de fraudes aconteça de forma veemente”.