O último ano foi um período bastante complicado para o setor de varejo nacional. Segundo dados da assessoria Ável Investimentos, mais de 100 lojas fecharam suas portas no Brasil nos últimos 12 meses.
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O cálculo considerou a diferença entre o volume de unidades abertas e fechadas no mesmo período. Os dados não incluem o setor de alimentos, o que reforça a ideia de que o segmento varejista está enfrentando um cenário de crise e perdas.
Na avaliação da Ável Investimentos, o panorama tem como principal culpado os altos juros mantidos pelo Banco Central, que freiam o consumo no país. Desde agosto de 2022, a Selic está em 13,75% ao ano.
Fatores envolvidos
Para além dos juros nas alturas, um dos fatores que contribuíram com o problema do varejo foi o rombo descoberto no início deste ano na contabilidade da Americanas, um dos maiores nomes do setor. A crise na varejista desencadeou algumas restrições, já que as instituições financeiras não querem mais oferecer crédito e acabar tendo que lidar com a inadimplência.
Outro elemento que entra nessa conta é a ascensão acelerada do comércio eletrônico, uma tendência mundial que leva cada vez mais consumidores a fazer suas compras pela internet. Esse comportamento prejudicou bastante o movimento das lojas físicas, que representam o varejo tradicional.
Vale pontuar, entretanto, que diversos outros setores também sofrem com os juros altos. As montadoras de veículos e a construção civil, por exemplo, lutam para se manter enquanto os financiamentos continuam com taxas altíssimas.