Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro da Itália e ex-dono do Milan, faleceu aos 86 anos na manhã desta segunda (12), em Milão. O político havia sido diagnosticado com leucemia há pouco tempo, além de ter sido diagnosticado também com um quadro de infecção pulmonar nos últimos meses. Em abril, Berlusconi foi hospitalizado para tratamento da doença, tendo permanecido no hospital por mais de um mês.
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Antes de se tornar o 5º homem mais rico da Itália, Silvio Berlusconi trabalhou como cantor de um navio cruzeiro no país. Antes de falecer, sua fortuna estava estimada em US$ 7 bilhões, por meio da construção de um império de mídia e por ter sido dono do Milan e Monza, dois grandes times de futebol.
Além disso, Berlusconi se tornou premiê em 1994, permanecendo por 4 mandatos. Atualmente, seu partido, Força Itália, apoia o governo de extrema-direita de Giorgia Meloni, que definiu Mussolini como “um bom político”. Ademais, o político também ficou conhecido por suas frases polêmicas e preconceituosas, sendo alvo de dezenas de processos.
Fortuna e política
Silvio construiu seu patrimônio por meio da holding de mídia Finivest, na década de 1970. Entre os anos 70 e 80, ele contornou o monopólio da TV estatal da Itália, RAI, criando uma rede na qual era possível acompanhar a mesma programação. Em 2006, a RAI e a Mediaset representavam cerca de 90% do mercado nacional.
Ao todo, a fortuna de Berlusconi somava quase US$ 7 bilhões (aproximadamente R$ 34 bilhões), de acordo com a última atualização do ranking de bilionários da Forbes. Além disso, o magnata era o 5º mais rico da Itália e o 348º mais rico do mundo.
Em relação a política, Berlusconi criou seu próprio partido, o Força Itália, chegando ao poder em 1994. Em 2001, ele voltou ao cargo e permaneceu até 2006, quando perdeu por uma pequena diferença para o líder de centro-esquerda Romano Prodi. Já em 2008, Silvio assumiu seu último mandato e renunciou em 2011, quando perdeu a confiança do mercado em relação a sua capacidade de impedir uma crise econômica na Itália.
Processos e escândalos
No entanto, a fortuna de Berlusconi não foi o único fator que fez com que ele chamasse atenção da mídia. Após entrar na política em 1994, ele enfrentou 35 processos criminais, porém sendo condenado em apenas um. Além disso, em meio a três casamentos, o político foi alvo de diversos escândalos sexuais.
Um dos principais aconteceu em 2010, envolvendo uma dançarina marroquina de 17 anos, Karima El Mahroug, conhecida como “Ruby, a ladra de corações”. Ruby negou ser prostituta e retirou as acusações feitas, afirmando que Berlusconi deu 60 mil euros a ela por “generosidade”. No entanto, o magnata afirmou que foram apenas 45 mil euros, destinados à compra de um aparelho de depilação para que Ruby se tornasse sócia de uma amiga.
Já em 2011, jornais locais investigavam uma série de festas eróticas que Berlusconi fazia parte. Uma das alegações do jornal é de que o político teria feito sexo com 33 mulheres em apenas dois meses. Essas festas ficaram conhecidas como “bunga-bunga”.