O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, Rosângela da Silva, a Janja, aceitaram jantar com o príncipe saudita Mohammed bin Salman Al Saud, o mesmo envolvido no escândalo das joias de Bolsonaro, nesta sexta-feira (23). O jantar será realizado na Residência Oficial do Reino da Arábia Saudita em Paris.
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Em 2021, o príncipe presenteou Jair e Michelle Bolsonaro com joias no valor aproximado de R$ 16,5 milhões, as mesmas que o ex-presidente tentou trazer ilegalmente para o país.
Mohammed bin Salman é príncipe herdeiro da Arábia Saudita e filho do rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. Ele ocupou diversos cargos no governo saudita e foi nomeado primeiro-ministro em 2022. A fortuna da família Al Saud é estimada em US$ 1,4 trilhão.
Apesar de ser uma peça importante xadrez político global, o príncipe é cheio de polêmicas e acusações problemáticas. Por exemplo: ele acusado de envolvimento no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, ocorrido em 2018 em um consulado saudita. Além disso, ele também enfrenta denúncias de intolerância religiosa e ataques aos direitos das mulheres e da comunidade LGBTQIAP+.
Príncipe saudita é o mesmo das joias de Michele e Bolsonaro
Desde o final do ano passado, o caso das joias sauditas que entraram ilegalmente no Brasil vivaram um escândalo para o ex-presidente Bolsonaro e sua esposa.
Isso porque o governo de Jair Bolsonaro tentou incorporar as joias sauditas ao acervo pessoal do ex-presidente em vez do acervo presidencial, conforme apontou o Ministério Público Federal.
Uma ação de busca e apreensão foi solicitada na residência do chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República, responsável por receber e encaminhar presentes destinados a Bolsonaro. Em maio, o celular desse militar foi apreendido pela Polícia Federal.
As investigações revelaram que, no final de dezembro de 2022, o tenente-coronel Mauro Cid, chefe da Ajudância de Ordens da Presidência da República, trabalhou para liberar as joias junto a agentes da Receita Federal. Cid também envolveu outros funcionários, incluindo o chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, para lidar com os trâmites burocráticos para o recebimento dos itens de luxo.
De acordo com a procuradora responsável pelo caso, a Ajudância de Ordens, sob o comando de Cid, não tinha autoridade para decidir se os artigos de luxo seriam entregues diretamente ao presidente.