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Nem tudo são flores: conheça o lado negativo da volta do carro popular

Especialista fala sobre os aspectos ruins do possível retorno dos modelos de entrada com preço mais acessível.



A promessa do governo federal de oferecer descontos em veículos de até R$ 120 mil pode trazer de volta ao país o conceito de carro popular no Brasil. Apesar do setor automotivo e os consumidores estarem comemorando a notícia, alguns especialistas chamam atenção para o lado negativo da decisão.

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A ideia é que o carro popular deve agravar problemas já existentes, especialmente relacionados ao trânsito e à emissão de poluentes. Entenda a seguir.

Consequências da redução

Segundo dados da consultoria Jato Dynamics, o preço médio de um automóvel no país era de R$ 74.313,90 em 2018. Já em 2023, o valor chegou a R$ 140.319,73, aumento de quase 90% em apenas cinco anos.

Hoje, modelos vendidos em 2016 por cerca de R$ 30 mil custam aproximadamente R$ 70 mil ou até mais. Entretanto, a ideia de baixar os preços carrega uma série de consequências, já que mais carros na rua resultam em redução do uso do transporte público, trânsito engarrafado e mais acidentes, reduzindo a qualidade de vida da população e aumentando a emissão de poluentes na atmosfera.

“Não podemos deixar de lado as questões sociais e ambientais que são urgentes no Brasil. O subsídio, que é dito para aquisição de carro popular, não é nada popular, pois a maioria da população não possui renda para aquisição desses veículos. Esse custeio beneficia a classe média e um segmento de empresários específico”, opina Fábio Ferreira, CEO da Empresa 1.

O executivo acredita que o meio ambiente deve ser colocado em foco, especialmente porque o Brasil tem potencial para protagonizar “iniciativas e soluções contra as mudanças climáticas”.

“Em um momento onde é essencial descarbonizar a economia, seguimos na contramão, medidas como a isenção de imposto incentivam exatamente mais emissão de CO₂ na atmosfera”, completa.

Mobilidade urbana

Uma das grandes preocupações do especialista é a falta de investimentos em mobilidade urbana. Segundo ele, o governo poderia concentrar suas forças em subsidiar a tarifa de transporte para classes sociais mais baixas, reduzindo o número de carros nas ruas.

Conforme dados do Ipea, 48 carros são necessários para transportar a mesma quantidade de pessoas que cabe em um ônibus. Ao fazer a troca, cada indivíduo lança 7 vezes mais gás carbônico na atmosfera do que se escolhesse o transporte coletivo.




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