‘IA? É marketing’: cientista acredita que tecnologia explora trabalho humano

Especialista detalha que não concorda com opiniões de alguns pesquisadores do setor. Acredita que a IA pode trazer riscos tremendos à sociedade.



Desde que o ChatGPT foi lançado no ano passado, muito se fala sobre a indústria da inteligência artificial (IA) e como as ferramentas vão impactar a sociedade. Atualmente, com a popularidade dos chatbots, especialistas se mostram preocupados com o desenvolvimento acelerado e debatem sobre como será o futuro do trabalho com a tecnologia.

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Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o neurocientista Miguel Nicolelis disse que acredita que recursos com a IA não funcionam como uma inteligência, mas sim como um mecanismo de marketing para explorar o trabalho humano. Entenda melhor ao longo do texto.

Tudo não passa de manipulação?

Nicolelis tem uma carreira extensa, na qual se dedicou por 30 anos ao trabalho relacionado às redes neurais. Ele afirma que a inteligência é fruto de milhões de anos de evolução, logo tudo isso não pode ser contabilizado em código binário. Na entrevista, ele detalha não concordar com as opiniões de outros especialistas do setor.

Um deles é Geoffrey Hinton, pioneiro da IA. O cientista da computação acredita que modelos de linguagem são dez vezes mais inteligentes do que os seres humanos. De acordo com Nicolelis, a afirmação é absurda.

Outro que também é criticado pelo neurocientista é o escritor Yuval Harari.  O profissional opina que a inteligência artificial sequestrou o sistema. Para o entrevistado, quem está sequestrando mesmo a evolução é a espécie humana.

IA impulsiona desigualdade na força de trabalho

Para o especialista, essas opiniões não passam de marketing. Apesar de essas ferramentas serem inteligentes e eficientes, além de não exigirem alguns gastos para uso, esses recursos são lentos. Ele ainda aponta que dependerá de diversos fatores para que a mente se torne obsoleta no futuro em relação ao trabalho, como foi estimado por Ajeya Cotra, pesquisadora do instituto Open Philantropy, pois existe um limite de lógica digital.

Além disso, a mente humana tem características que não possíveis de computá-las, como criatividade e intuição.

Hoje, Nicolelis declara que as IAs, de certa forma, são plagiadoras, uma vez que misturam materiais elaborados por várias pessoas para criar algo novo. No sistema capitalista atual, a IA é algo que promove desigualdade na força de trabalho. Agora, um ponto que ele concorda com outros pesquisadores é quanto aos riscos que esta tecnologia pode gerar para a sociedade. Ele afirma que esses recursos precisam ser usados sempre com supervisão humana.




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