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Nota zero! Pesquisa de Oxford avalia condições de trabalho de Uber, 99 e outros apps

Pesquisadores da Universidade de Oxford analisam as condições de trabalho dos trabalhadores de plataformas digitais.



Pesquisadores da Universidade de Oxford avaliaram as condições de trabalho dos trabalhadores de plataformas digitais em 38 países. A pesquisa, que está em sua segunda edição, é financiada pelo Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ).

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O levantamento Fairwork reúne dados colhidos entre julho de 2022 a julho de 2023. Das dez companhias analisadas, apenas três receberam algum ponto.

O melhor colocado foi o aplicativo de entrega AppJusto, que ganhou três pontos em uma escala de zero a dez. A lista segue com iFood, com dois pontos, e Parafuzo, com um ponto. Uber, 99 Rappi, Loggi, GetNinjas, Lalamove e Americanas (entrega expressa) não pontuaram.

Quanto maior a pontuação, mais a empresa cumpre os direitos básicos do trabalhador. “Nessa escala, a nota dez é o que a gente chamaria de mínimo, ou seja, condições de trabalho decente. Há direitos que foram conquistados ainda no século 19”, explica Jonas Valente, pesquisador do Oxford Internet Institute.

“O que nos preocupa é ver que a melhor pontuação foi três. O estudo confirma que essas plataformas ainda estão longe de garantir parâmetros básicos de trabalho justo. Há um longo caminho pela frente”, completa.

A tabela de pontos leva em conta parâmetros de condições de trabalho, pagamento, contratos, gestão e representação. O último está ligado à possibilidade de negociação coletiva e organização dos trabalhadores da plataforma.

No Brasil, a pesquisa contou com parceiros como Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) e o pesquisador Rafael Grohmann.

Empresas se pronunciam

Em resposta ao levantamento, o iFood afirmou em nota que a prioridade da empresa é criar um ecossistema que garanta dignidade, ganhos e transparência para os entregadores. “Desde 2020, o iFood se posiciona a favor do diálogo e de uma regulação que amplie a proteção social dos trabalhadores, além de promover inúmeras iniciativas de valorização da categoria”, disse.

A Uber questionou a metodologia do levantamento e afirmou que ele “carece do rigor científico mínimo para que possa ser classificado como um trabalho de pesquisa”. Já o Rappi afirmou estar em constante diálogo com os profissionais e citou seus centros de atendimento presenciais, suporte em tempo real e cursos de capacitação.

O GetNinjas declarou que seu modelo de operação é diferente das demais plataformas e não se enquadra nos critérios do levantamento. “Em outras palavras, os profissionais utilizam a plataforma como um canal de anúncio”, argumentou a empresa.

O AppJusto, melhor colocado na pesquisa, disse que os trabalhadores da plataforma escolhem o valor das corridas. “Todas as principais reivindicações da categoria já eram parte da plataforma desde o início, assim como a possibilidade de as pessoas definirem as bases sobre as quais querem trabalhar sem serem punidas por isso. Essa é a medida de quão comprometidos somos com a causa do trabalho decente e com a busca por constante aperfeiçoamento da nossa operação.”

Outras plataformas, como a Parafuzo, a 99 e a Lalamove, enviaram notas afirmando estarem adotados medidas para atender às demandas dos prestadores de serviço e garantir melhores os resultados.




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