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O lado obscuro dos apps de namoro: nem todos buscam a ‘cara-metade’

Para muitos, o namoro on-line tem o mesmo apelo das redes sociais: é uma fonte de entretenimento, distração e até de aumento da autoestima.



Com mais de 75 milhões de usuários ativos mensais, o Tinder conquistou o posto de aplicativo de namoro mais famoso do mundo. Porém, uma nova análise revela que aproximadamente metade dos perfis do app não está exatamente interessada em encontrar sua “cara-metade”.

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Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, realizaram um estudo que traz à tona os surpreendentes aspectos da experiência dos usuários de aplicativos de namoro, publicado na revista científica Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking.

Segundo Elias Aboujaoude, autor do estudo e professor de ciências psiquiátricas e comportamentais, para muitos, o namoro on-line tem o mesmo apelo das redes sociais: é uma fonte de entretenimento, distração e até de aumento da autoestima. Então, por que tantas pessoas dedicam tanto tempo em um aplicativo de namoro se não estão em busca de um relacionamento amoroso?

O estudo contou com a participação de 1.357 usuários do Tinder, com idades entre 17 e 84 anos, que responderam um questionário virtual. As perguntas abordavam a motivação do usuário para usar o aplicativo, quantidade de “matches” e encontros off-line, status de relacionamento e critérios para selecionar parceiros.

Os resultados foram surpreendentes

Descobriu-se que além da busca por um parceiro romântico ou encontros casuais, muitas pessoas utilizam o app apenas para se sentirem conectadas a alguém, se distraírem ou se entreterem. Além disso, o aplicativo é visto por alguns como uma forma de lidar com emoções negativas e aumentar as positivas.

A média de satisfação geral dos participantes em relação ao Tinder foi de 2.79 numa escala de 4, enquanto a satisfação com os encontros off-line recebeu uma média de 3.05 em uma escala de 5. O estudo também identificou fatores que influenciam positiva ou negativamente a satisfação dos usuários.

Entre os fatores positivos estavam o uso do Tinder para encontrar parceiros românticos e pessoas para socializar, bem como ter um alto número de “matches”. Por outro lado, o uso do app como mecanismo para lidar com emoções negativas, a dificuldade em se abrir para relacionamentos e aspectos psicológicos, como impulsividade e humor depressivo, foram relacionados a uma menor satisfação.

Diante desses resultados, é importante reconhecer que o uso de aplicativos de namoro pode não ser a solução para questões relacionadas à saúde mental. Elias Aboujaoude enfatiza que é fundamental lidar com mecanismos de enfrentamento não saudáveis, mas também é importante buscar o diagnóstico correto, pois existem tratamentos eficazes para essas condições.




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