Neste mês de junho, a Volkswagen está adotando diversas paralisações em suas fábricas no Brasil, mesmo diante dos incentivos federais liberados pelo governo para as montadoras. De acordo com o anúncio divulgado pela empresa, as unidades afetas foram as de Taubaté e a de São Bernardo dos Campos, ambas em São Paulo. Além delas, a de São José dos Pinhais (PR) também acabou paralisada.
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A VW dispensou os seus funcionários em diversos regimes. Alguns deles entraram em férias antecipadas, mas outros foram liberados por tempo determinado ou indeterminado. Na fábrica de São José dos Pinhais, por exemplo, a paralisação dos trabalhadores se inicia em 5 de julho. O retorno previsto é para daqui a dois ou cinco meses.
Montadoras fazem paralisações
As paralisações estão vindo à tona como uma resposta aos estoques lotados de veículos da empresa e quanto à grande dificuldade na venda dos mesmos. Em dezembro de 2022, cerca de 217 mil unidades foram vendidas, contudo houve uma queda para 142,8 mil em janeiro e para 129,9 mil em fevereiro. Em março, o cenário deu uma leve melhorada, com cerca de 199 mil carros deixando os estoques.
Novas quedas foram registradas em abril, com 160,7 mil veículos vendidos. Em maio, cerca de 166,3 mil veículos foram comprados. Diferente do fluxo das vendas, a preocupação das montadoras aumentou, o que acabou motivando as paralisações, que não são exclusivas da Volkswagen ou do mês de junho.
Primeiro semestre de 2023 foi representado por paralisações
Desde o início de 2023, muitas fábricas interromperam as suas produções devido à queda nas vendas. Além da VW, a General Motos, Scania, Mercedes-Benz e Stellantis também pausaram as atividades em suas fábricas para conter a superlotação de seus estoques.
Em todas as empresas, a justificativa encontrada para a paralisação foi a mesma apresentada recentemente pela VW. Em resumo, a baixa demanda pelos carros influencia diretamente nas fábricas, que precisam interromper as suas produções para evitar queda nos preços e perda nos lucros.
Mesmo com os incentivos federais para a compra de carros novos, a situação não é boa o suficiente para esvaziar os pátios das montadoras. Além disso, com o esgotamento dos recursos, os efeitos podem piorar no segundo semestre. Com isso, é possível esperar um cenário mais complicado, com mais demissões e com uma queda brusca nas vendas.