Se você é um verdadeiro fã de churrasco, com certeza já percebeu que o preço da picanha não é mais o mesmo. De acordo com o levantamento do IPCA, o preço do corte acumulou uma queda de 6,62% entre janeiro e junho desse ano. Os dados foram divulgados pelo IBGE.
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Além dela, a alcatra, o filé mignon, o contrafilé e a costela também tiveram redução nos preços, com queda de 8,36%, 7,1%, 6,11% e 5,44% respectivamente. Dessa forma, a carne bovina volta a ocupar um espaço na mesa de mais brasileiros, visto que seus preços estão ficando cada vez mais acessíveis. De modo geral, as carnes tiveram uma redução de 2,42% só em julho.
E o preço da picanha?
De acordo com Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria, a estimativa é de que o preço da picanha esteja entre R$ 49,97 no atacado e R$ 73,87 no varejo. Vale lembrar que esse preço em janeiro era de R$ 61,33 no atacado e R$ 82,38 no varejo.
“A carne caiu mais no atacado do que no varejo. No atacado, ela se dá devido à queda da arroba do boi gordo. O mercado atacadista repassou essa diferença, mas o varejo está se aproveitando [da queda], o repasse não é integral”, explicou Torres.
No entanto, mesmo com a queda significativa no preço do corte, o valor ainda continua mais alto ao ser comparado com 2019. Dessa forma, a picanha subiu 44,3% no atacado e 59,31% no varejo. De acordo com Torres, esse aumento se deu devido o ciclo de preços pecuários no país.
Por que o valor da carne está caindo?
Para Alcides Torres, a lei da oferta e da demanda é um dos principais motivos. Devido ao recorde de abates registrado em 2023, a quantidade de carne disponibilizada no mercado é maior, fazendo com que o seu preço acabe caindo para o consumidor final.
Outro motivo é o grande momento de “descompressão de custos” que o Brasil vive, conforme definido pelo economista Matheus Peçanha. Com isso, os preços acabam sendo reduzidos, visto que eles se mantinham constantemente inflacionados desde 2020.
Além disso, os insumos básicos para a criação de gado, como ração, gasolina e energia, tiveram uma queda significativa, impactando no valor final cobrado pelo produto. No entanto, mesmo que os custos de produção estejam menores e a oferta em alta, o repasse não será feito integralmente ao consumidor final.
“O preço deve continuar caindo nos próximos meses, mas o varejo tem outro tipo de sensibilidade. No Dia dos Pais, por exemplo, o preço sobe em razão do aumento do consumo, depois volta a cair”, completa Alcides Torres.