A busca pela felicidade é um objetivo central na vida humana, abrangendo campos que vão desde a ciência até a arte, psicologia e filosofia. Mas será que existe uma fórmula para ser feliz? De acordo com o sociólogo espanhol Luis Gallardo, presidente da Fundação Mundial da Felicidade (World Happiness Foundation), a resposta é sim, e essa fórmula foi descoberta há muito tempo. No entanto, muitas pessoas desconhecem essa técnica ou não se atrevem a praticá-la.
Leia mais: Curva da felicidade: ciência encontra a ‘fase mais triste’ da vida de todos
Em uma entrevista por vídeo ao jornal O GLOBO, Gallardo afirmou que existem muitas maneiras de alcançar um estado de calma, paz, esperança, perdão e compaixão, e que a felicidade é uma técnica que precisa ser praticada. Não importa quem você seja, é preciso escolher algo que funcione para você.
Gallardo, que também é diretor do programa Gross Global Happiness da Universidade para a Paz da ONU, na Costa Rica, sugere medidas práticas para ativar a felicidade e critica a “ditadura do medo” que, segundo ele, impede as pessoas de serem felizes na sociedade contemporânea.
Ele propõe o conceito de “happytalismo”, que dá nome a um livro homônimo e elogia governos, universidades e empresas que promovem iniciativas para fortalecer a influência da felicidade em áreas como saúde mental, família, educação e trabalho.
Felicidade vai além da busca por riquezas materiais
Para Gallardo, a felicidade não está tanto relacionada à acumulação de capital financeiro, mas sim à conquista de um estado de liberdade em relação ao medo, com uma consciência mais elevada sobre o que acontece ao nosso redor e por quê. Compreender a felicidade e compartilhá-la são aspectos essenciais.
Quando questionado sobre qual questão relacionada à felicidade o deixa mais feliz em responder, o sociólogo declarou: “Como posso te ajudar?”. Ele destacou que essa pergunta reflete interesse, empatia e compaixão, e está relacionada a uma descoberta feita por pesquisas: a felicidade está intrinsecamente ligada à criação de relacionamentos. Ao oferecer ajuda a alguém, estabelecemos um vínculo que ativa a felicidade.
Gallardo destaca a importância de distinguir entre felicidade e seus ativadores, pois cada indivíduo pode encontrá-la em diversas atividades, tais como:
- Estar na natureza;
- Abraçar uma árvore;
- Conversar com um amigo;
- Comer chocolate;
- Correr;
- Viajar.
A felicidade é como o óleo do motor: todos nascemos com ela, mas é preciso ativá-la.
Ser feliz, portanto, é uma escolha, mas nem todos têm a facilidade de fazer essa escolha. Algumas pessoas podem enfrentar problemas mentais, depressão ou ter sofrido traumas que as impedem de tomar decisões. Nesses casos, é fundamental oferecer ajuda e apoio.
A felicidade também está relacionada à responsabilidade social, pois quando estamos perto de pessoas felizes, criamos, inovamos e promovemos ambientes amigáveis.