O Brasil pode voltar a ter horário de verão em 2023, mas a decisão ainda não foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para chegar a uma conclusão, o governo realizou estudos e até uma enquete no Twitter antes do início da nova gestão.
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Enquanto Lula não “bate o martelo”, empresários solicitam o retorno e o Ministério de Minas e Energia discute a possibilidade. O horário de verão costuma ter início no primeiro fim de semana de outubro e terminar em fevereiro do ano subsequente.
A pasta afirmou em nota que “está avaliando e levantando todas as possibilidades de cenário com a adoção ou não do horário de verão”, sem mencionar uma data para tomar a decisão.
“A decisão será tomada ao final dessas análises, feitas também por meio do diálogo com as vinculadas e agentes de setor, visando a segurança energética e a qualidade dos serviços oferecidos à população”, disse o Ministério de Minas e Energia.
Além disso, pontua que “com o relevante crescimento da micro e minigeração distribuída, percebeu-se um retorno do período de ponta para a noite, que tenderia a se reduzir com a adoção da política”. Ainda assim, o retorno depende de estudos e das condições energéticas do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Uma pesquisa recente realizada pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) revelou que a adoção do horário de verão não gerava grandes benefícios para a operação.
Surgimento e cancelamento
A sistemática foi criada em 1931 pelo então presidente Getúlio Vargas. A ideia era que a população pudesse aproveitar melhor o período de luz solar durante a época mais quente do ano, gerando economia de energia.
O horário de verão foi suspenso a partir de 1967, voltando apenas na década de 1980, quando o Brasil teve dificuldades para produzir energia nas hidrelétricas. Na época, a duração e o período variavam anualmente.
Ele se tornou permanente somente em 2008, durante o segundo governo Lula, embora a mudança de hábitos dos brasileiros e o avanço da tecnologia ao longo dos anos tenham reduzido a importância da economia de energia.
O cancelamento do horário de verão veio em 2019, durante o governo Bolsonaro. O ex-presidente e sua equipe entenderam que o sistema não gera mais impacto na diminuição no consumo de energia.
Em novembro de 2022, meses antes de sua posse, Lula fez uma enquete no Twitter perguntando aos usuários se desejavam a volta da medida. Cerca de 66,8% das duas milhões de contas que interagiram com a pesquisa votaram pelo retorno do horário de verão.
