Você já ouviu falar do Biscoito Globo, o aperitivo mais querido das praias do Rio de Janeiro, mas o que pode ainda não saber é que há uma briga na Justiça envolvendo a família de um dos fundadores no biscoito. Em tramitação desde 2017, a ação teve uma reviravolta recente, com a penhora de bens da empresa e a perícia das contas.
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Em 2015, um dos quatro sócios-fundadores da empresa faleceu. João Ponce Fernandes era um dos sócios da Panificação Mandarino, empresa responsável pela produção do Biscoito Globo. Com a sua morte, uma disputa judicial envolvendo a sua herança teve início.
A sua viúva, Roberta Ponce, e a filha, Gleice, questionam na Justiça os valores do lucro da empresa aos quais têm direito. Além delas, João ainda deixou outras três filhas, frutos de um casamento anterior, mas elas preferiram não entrar com um processo em relação à herança. Roberta e Gleice, por sua vez, discordaram da partilha de bens feita e pediram uma perícia judicial.
Perícia se inicia após cinco anos de espera
No momento da partilha dos bens, a empresa foi avaliada em R$ 360 mil. Assim, as herdeiras de João Ponce Fernandes teriam recebido R$ 90 mil, valor correspondente a 2% da empresa; contudo, as herdeiras contestaram o valor, solicitando em 2018 que uma perícia fosse realizada.
De acordo com elas, o valor da empresa não inclui a marca “Biscoito Globo”, deixando o inventário incompleto. Além disso, a viúva contesta ainda a mensalidade recebida por sua participação nos lucros da empresa. Segundo Gleice, ela recebe R$ 3 mil mensais, o que considera pouco. O processo estava parado desde 2018, visto que a Panificação Mandarino não pagou a perícia, assim, a Justiça mandou congelar as contas da empresa em 21 de junho deste ano.
Dessa forma, após cinco anos esperando pela realização da perícia, o procedimento finalmente foi marcado. De acordo com a advogada Mariana Zonenschein, representante da viúva, a perícia teve início no dia 7 de agosto. Agora, elas esperam pelo resultado para conseguir dar andamento no processo.
Apesar disso, ainda não há um prazo para que esse resultado seja liberado.
“Não temos acesso à documentação interna da empresa para verificar qual o real valor da companhia, então esse fato precisa ser apurado pelos peritos do juízo”, afirmou a advogada.