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Corte na Selic: quando o consumidor sentirá o efeito da redução no bolso?

Saiba como a redução nos juros promovida pelo Copom afeta o crédito ao consumidor, como cartões e financiamentos.



Pela primeira vez em três anos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,5 ponto percentual. Com a decisão, a Selic passou de 13,75% para 13,25% ao ano.

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O corte ficou acima do esperado pela maioria dos analistas do mercado financeiro, que previam baixa de 0,25 p.p. Entretanto, a desaceleração da inflação nos últimos meses e os indícios de perda de força na economia impulsionaram a decisão de ampliar a baixa.

Como isso impacta o consumidor?

A Selic é usada como um instrumento para controlar a inflação, já que influencia as demais taxas adotadas no mercado. Quanto mais altos os juros, mais caro para as famílias e empresas pegarem dinheiro emprestado para consumir e investir.

Por outro lado, quando os juros começam a cair, o efeito esperado é justamente o contrário. Analistas preveem novos cortes nos juros ao longo dos próximos meses, com a Selic fechando o ano a 12%, conforme dados do último boletim Focus.

Cartão de crédito, cheque especial e empréstimos

A queda nos juros também impacta as principais modalidades de crédito contratadas pelos consumidores: cartão de crédito, cheque especial, empréstimo pessoal, compras parceladas no varejo e financiamento de veículos.

Mas segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), o “impacto imediato é muito pequeno”. O motivo é a diferença do peso entre a Selic e os juros cobrados dos brasileiros.

A taxa média de juros em operações de crédito mais tradicionais girou em torno de 126,2% ao ano em julho, quando a Selic estava em 13,75% ao ano. Em agosto, com a queda dos juros básicos para 13,25%, a previsão é que a taxa média caia para 125,2%, uma redução de fato muito pequena.

Além disso, o impacto do corte na Selic pode levar entre três e seis meses para chegar ao mercado de crédito. “É até relativamente rápido, comparado a outros países, mas tem uma demora”, explica Rachel de Sá, chefe de economia da gestora de recursos Rico Investimentos.

“Não é porque o juro caiu agora que amanhã você vai pedir um financiamento imobiliário e ele vai estar mais barato, é um processo que leva alguns meses, assim como a elevação dos juros também demorou para ser sentida”, completa.

A maior queda de juros deve ser observada em modalidades com garantias mais fortes, como os próprios financiamentos imobiliários. Entretanto, o efeito ficará mais perceptível somente quando a Selic estiver abaixo de 10% ao ano.

“Se viermos num ritmo de reduções sucessivas da taxa, isso começa a sinalizar para o mercado e para os bancos que o ambiente [de negócios] está mais estável, que a trajetória de queda veio para ficar, o que possibilita pensar em empréstimos de prazos mais longos, a níveis [de juros] menores”, avalia Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas).




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