Quando você embarca em um avião, certamente já se deparou com aquelas orientações confusas sobre abrir ou fechar as cortinas das janelas. Parece um simples detalhe, mas na realidade, essa ação desempenha um papel importante na segurança e conforto a bordo.
Veja também: Google Maps mudou: app ganhou recursos para facilitar viagens
Enquanto os comissários de bordo passam instruções sobre os procedimentos pré-voo, eles também indicam a importância de manter as cortinas nos lugares certos. Isso não se trata apenas de apreciar a paisagem. Para ser mais preciso, é uma questão de segurança estratégica.
A importância da visibilidade externa
Sejam abertas ou fechadas, isso depende de cada empresa e modelo de avião, mas o objetivo é o mesmo: garantir que os comissários possam ver partes estratégicas do avião no pouso e na decolagem, caso ocorra uma emergência.
Por exemplo, se houver fogo próximo a uma das saídas do avião, esta não poderá ser aberta, e todos a bordo terão de se direcionar para a outra porta. Também, se for feita uma amerissagem (ou amaragem, ou seja, pouso na água), é preciso observar se a água não está acima do nível do batente da porta.
Para isso, os comissários precisam ter uma boa visão do exterior da aeronave, seja pelas janelas dos passageiros, seja pelas janelas das portas. Por isso, em alguns casos, eles pedem para as cortinas serem mantidas abertas durante o pouso e a decolagem.
Ou seja, isso facilita também a visualização do interior do avião pelos socorristas, em caso de resgate. Assim, eles podem identificar rapidamente onde estão os passageiros e como proceder para retirá-los em segurança.
A variação entre as empresas e os modelos de avião
No entanto, nem sempre as cortinas das janelas precisam ficar abertas o tempo todo. Novamente, isso varia entre cada empresa e modelo de avião, conforme as normas e procedimentos adotados por cada uma.
Diante disso, em alguns modelos mais antigos, como o Fokker 100, que foi operado pela Latam e pela Avianca no Brasil, era solicitado que as cortinas das janelas fossem mantidas abertas durante o pouso e decolagem.
Do mesmo modo, isso ocorria porque o local onde os comissários ficavam nesse avião não tinha uma boa visibilidade do exterior do equipamento. Dessa forma, eles poderiam tomar alguma decisão de maneira mais rápida em caso de emergência.
Já em aviões mais modernos, das famílias A320 (Airbus), 767 e 777 (Boeing), as janelas que ficam nas portas são diferenciadas, como um prisma ou uma lente olho de peixe, que ampliam o campo de visão para fora.
Por isso, nesses casos, as cortinas dos locais onde os comissários ficam e das saídas de emergência têm de ficar abertas durante o pouso e a decolagem. Já quanto às janelas dos demais passageiros, isso é opcional.
Outros fatores que influenciam na abertura das cortinas da janela do avião
Além da segurança, existem outros fatores que podem influenciar na abertura ou fechamento das cortinas das janelas do avião. Um deles é o controle climático da aeronave.
Isto é, as cortinas abaixadas podem reduzir em cerca de 1,5º C a 2º C a temperatura interna da aeronave em locais mais quentes do planeta, já que diminuem a incidência solar e melhoram a eficiência do ar-condicionado.
Outro fator é o conforto dos passageiros. Em voos noturnos ou longos, pode ser solicitado que as cortinas sejam fechadas durante a decolagem para facilitar o sono das pessoas. Isso evita que a cabine fique iluminada quando o sol nascer durante o voo.
Portanto, agora você já sabe que abrir ou fechar as cortinas das janelas do avião não é apenas uma questão de preferência pessoal ou estética. É uma medida de segurança e conforto que pode fazer toda a diferença em uma emergência ou em um voo tranquilo.