Está difícil comprar mamão? Entenda por que a fruta está 90% mais cara

Consumidores que gostam de ter mamão na fruteira têm sofrido para comprar a fruta desde o início do ano.



Quem gosta de comer mamão e garantir todos os benefícios dessa deliciosa fruta está sentindo a diferença de preço no bolso. Desde o início do ano, o custo do alimento disparou nas feiras e supermercados, após uma redução na oferta pelos produtores.

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Entre os fatores que deixam a fruta mais cara estão os custos de produção, o clima, as doenças e a redução do tamanho de área cultivada.

Segundo dados da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o preço médio do quilo de mamão formosa chegou a R$ 6,99 em julho de 2023, enquanto o papaia custa R$ 8,58.

Considerando o mesmo mês do ano passado, o quilo era vendido a R$ 6,47 e R$ 4,40, nessa ordem. Ou seja: os aumentos foram de 2% e 91% em apenas um ano.

Fatores que impactam no preço

Segundo Bruno Pessotti, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), “está faltando mamão porque houve uma redução expressiva no plantio no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia”.

Os produtores destacam a pausa na produção durante a pandemia de covid-19, quando a demanda caiu bastante. Outros movimentos que interferiram nas vendas foram a mudança nos hábitos de consumo e o fechamento de estabelecimentos.

Importada da China, a semente do mamão papaia ficou mais cara, elevando os preços para o consumidor. “Houve uma grande falta [de semente] por serem importadas da China, causando um período com pouca produção e alta de preço, pois não havia semente para plantar”, explica o produtor Fabricio Leme.

Entre novembro e dezembro de 2022, as chuvas que atingiram a região produtora alagaram a cultura e contribuíram com o desenvolvimento de fungos. As perdas chegaram a 100%, mais um fator para o aumento do preço do produto.

Apesar da margem apertada, alguns produtores acreditam que vale apenas retomar o cultivo, levando em conta os benefícios para a área consorciada com o café. O plantio simultâneo das duas culturas é algo comum na região produtora.

Os donos da Leme Frutas, empresa responsável por 70% da produção nacional de mamão, plantam a fruta ao lado do café conilon para ampliar a rentabilidade. Uma explicação para isso é o clima, já que os dois cultivos utilizam praticamente o mesmo solo.




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