A disputa pelas memórias de Pablo Escobar virou motivo de ameaças entre familiares de um dos maiores narcotraficantes do mundo. Nicolás Escobar, que em suas próprias palavras era o “sobrinho favorito de Don Pablo”, afirmou à imprensa que acredita que as posses pertençam legitimamente a ele.
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A ideia de Nicolás, de 53 anos, é preservar a memória do tio em uma nova exposição, mas seu pai, um ex-contador do cartel, é contra. Ele afirmou que Roberto Escobar, de 76 anos, o ameaçou de morte caso ele tente reivindicar os direitos aos itens de Pablo.
“Ele [Roberto] ainda pensa que pode fazer o que quiser, que está na máfia e é um chefe. Um dia, minha irmã me ligou e disse para eu não tentar entrar na casa [do meu pai]. Ela me falou que se eu entrasse alguém me mataria, porque nosso pai deu a ordem”, contou ao jornal The Telegraph.
A lista de bens valiosos de Pablo é extensa e diversa. O inventário inclui um pequeno jato privado, uma Harley Davidson cor de rosa, fotografias raras e até uma arma que teria pertencido ao famoso gângster americano Al Capone. Apesar do valor financeiro dos itens, Nicolás afirma quer preservar o que chama de “tesouro de maravilhas antigas e luxuosas”.
Novo museu
Em julho, um juiz ordenou a demolição da Casa Museu de Pablo Escobar, em Medelín, na Colômbia, alegando que o prédio de dois andares não tinha licença municipal. Porém, é de conhecimento geral que a verdadeira intenção das autoridades locais era acabar com o narcoturismo na região.
Quem visitava a propriedade de Roberto e Nicolás podia relembrar a vida do fora da lei colombiano que liderava um dos cartéis de drogas mais poderosos do mundo. O museu reunia fotos, roupas, quadros e outros bens e objetos de valor sentimental.
O sobrinho quer encontrar um novo espaço para expor a coleção de lembranças e preservar a história do tio, sem, contudo, “glorificá-lo”. “O que Hollywood mostra não é real”, diz Nicolás. Segundo ele, as coisas “não eram glamurosas”, embora Pablo tenha reunido muita coisa rara e valiosa.
Pablo Escobar entrou no tráfico de drogas no início dos anos 1970 e comandou o Cartel de Medelín, controlando mais de 80% da cocaína enviada aos Estados Unidos. Na década de 80, seu patrimônio líquido estimado em US$ 30 bilhões colocou o colombiano na lista de pessoas mais ricas do mundo.